O ano de 2024 registrou um recorde histórico de casos e mortes pela doença no Brasil; ano terminou com mais de 5,9 milhões de casos confirmados e um total de 6.297 mortes, segundo o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde
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Segundo especialistas, a redução é um reflexo do aumento de pessoas já contaminadas pelo vírus do ano passado, o que faz com que haja mais anticorpos na população, e portanto, menos contaminações e menos casos este ano.
"Então, não tinha mais gente para ter dengue pelo sorotipo 2, é o esgotamento dos suscetíveis", afirma Kleber Luz, professor do Instituto de Medicina Tropical da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e parte do comitê de dengue da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).
O ano de 2024 registrou um recorde histórico de casos e mortes pela doença no Brasil. O número de mortes confirmadas por dengue superou a soma de óbitos nos oito anos anteriores. O ano terminou com mais de 5,9 milhões de casos confirmados e um total de 6.297 mortes, segundo o painel de monitoramento de arboviroses do Ministério da Saúde.
Justamente por ter sido um período tão atípico, Luz afirma que 2024 não deve ser usado de referência para análises futuras, e reforça que em 2025, apesar da diminuição, os casos continuam sendo motivo de alarme.
Este ano, já foram confirmadas 1.437 mortes pela doença e o coeficiente de incidência do Brasil chega a 695,8 por 100 mil habitantes. Quando esse valor atinge ou ultrapassa 300, a região é considerada epidêmica pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
O número de casos deste ano é puxado pela região Sudeste, que concentra 69,5% dos casos prováveis, conforme o painel de monitoramento. O estado de São Paulo registra o maior coeficiente de incidência do Brasil até junho (1.840,1), seguido de Goiás (1.146,8) e do Acre (1.024,7).
A região Sudeste começou a registrar números mais expressivos de dengue desde 2023, o que médicos creditam ao aumento de temperatura, que favorece a expansão do Aedes aegypti para outras regiões, como o Sul do Brasil.
Com a redução de casos em 2025 em relação a 2024, o ano volta a ter números mais semelhantes a 2023, que registrou 1.203.340 casos confirmados até junho.
Segundo Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), se por um lado o vírus este ano encontrou uma população naturalmente imunizada em 2025, por outro, a dengue é uma doença com quatro sorotipos, e, portanto, é possível tê-la mais de uma vez.
"E, principalmente, quando você teve a primeira infecção, a segunda pode ser mais grave, e isso normalmente acontece com outro sorotipo da dengue. A chance desse segundo quadro ser grave é muito maior", afirma.
Desde 2014, os tipos 1 e 2 se alternam como os mais prevalentes. Mas, a partir de 2024, o ressurgimento do tipo 3 passou a preocupar especialistas em saúde pública, que passaram a temer que, este ano, os casos saíssem do controle. Mas não foi o que aconteceu até então.
Em fevereiro, a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) emitiu um alerta epidemiológico sobre o aumento do risco de surtos de dengue nas Américas devido à crescente circulação do sorotipo 3.
No Brasil, o tipo 3 reapareceu em 2023. Na época, a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) afirmou que o país não registrava epidemias da doença provocadas por essa cepa há mais de 15 anos, e circulou também em 2024.
A dengue grave ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo. O subtipo 3 também foi identificado na Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru.
"O tipo 3 não superou o tipo 2, ele não aumentou tanto quanto poderia ter aumentado. Fica a dúvida para o ano que vem. Mas se a dengue 3 voltar a circular, vai ser um ano muito pior", diz Ballalai.
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