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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Livro relata disputa bilionária da Vale por mina de ferro na Guiné

 

Ao longo das páginas, Vieira relata detalhes do imbróglio da compra da participação majoritária da Vale em uma empresa no país africano, anunciada pela mineradora brasileira no fim de abril de 2010 e que chegou ao fim sem a extração de um grama de ferro em 2014 e com um passivo de bilhões de dólares

© Reprodução/ conjur.com.br


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O livro "O Mapa da Mina: A Guerra dos Conglomerados Globais de Mineração Pela Conquista da Carajás Africana" (Kotter Editorial), do jornalista André Guilherme Vieira, repórter do jornal Valor Econômico, narra a disputa bilionária pelo controle de uma mina de minério na República da Guiné, país da África Ocidental, que envolve até a brasileira Vale.


Ao longo das páginas, Vieira relata detalhes do imbróglio da compra da participação majoritária da Vale em uma empresa no país africano, anunciada pela mineradora brasileira no fim de abril de 2010 e que chegou ao fim sem a extração de um grama de ferro em 2014 e com um passivo de bilhões de dólares.

Segundo o livro, a reserva de Simandou é considerada a maior de minério de ferro inexplorada do mundo. Vieira diz que ela tem similaridades com a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, que atualmente é explorada pela Vale.

O livro narra o investimento feito pela Vale para se associar à BSGR, multinacional de exploração de recursos naturais na área de gás, metal, mineração e energia.

A nova empresa, que foi batizada de VGB, garantiria à Vale a manutenção da liderança global na indústria de minério de ferro. Na época, a Vale investiu US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 500 milhões à vista, por 51% da empresa.

O caldo entornou quando Alpha Condé, que venceu as eleições presidenciais da Guiné meses depois do nascimento da VGB, mudou o código de mineração do país. Com as novas regras e exigências logísticas, o orçamento da operação ficou praticamente inviável.

A pá de cal se deu em 2014, quando Condé revogou os direitos minerários da nova empresa. Ele alegou que investigações feitas pelo seu governo encontraram indícios de pagamentos de suborno para a concessão das minas, em 2008, quando o país era governado por Lansana Conté, um militar que deu um golpe de Estado que durou 24 anos.

Os fatos são narrados com riqueza de detalhes. Vieira teve acesso a ações arbitrais e processos judiciais envolvendo a disputa por Simandou. Assim consegue descrever as versões dos fatos, que muitas vezes são diferentes.

"Depois consegui obter processos judiciais em NY, Suíça, e Guiné e ainda depoimentos de personagens prestados na arbitragem de Londres. Além de conversar com pessoas ligadas ou que tiveram alguma relação com a Vale, mergulhei em milhares de páginas de autos, coisa de mais de 5.000 páginas. Entre o início da apuração e a finalização do livro, ocorrida em novembro de 2020, foram quase dois anos de trabalho", disse Vieira.

Durante a leitura, é possível saber que a Vale acusa o dono da BSGR, Benjamin Steinmetz, de corrupto e afirma que não teria se associado a ele no projeto africano se desconfiasse de qualquer ato ilegal.

E que Steinmetz, por sua vez, nega a corrupção, mas afirma que, quando a Vale se associou a ele, os dirigentes da mineradora brasileira desconfiavam de que havia ilegalidades na obtenção da licença para extrair o minério de ferro, mas que preferiram seguir com o acordo.

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Mapa da Mina
Autor: André Guilherme Vieira
Kotter Editorial (328 págs.)
R$ 37,27

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