Patrícia Neves Jackes Aires foi encontrada morta dentro do próprio carro
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Tancredo Neves Lacerda Feliciano de Arruda era companheiro da vítima e, segundo a polícia, confessou o crime em depoimento nesta segunda-feira (12). Ele disse que enforcou a mulher com o cinto de segurança para se defender de supostas agressões durante uma discussão. A polícia investiga se Patrícia morreu por estrangulamento.
O homem teve a prisão preventiva (sem prazo) decretada pela Justiça após uma audiência de custódia. O Tribunal de Justiça informou que o caso corre em segredo "a fim de resguardar a intimidade dos familiares da vítima", e que mais informações não podem ser disponibilizadas. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito.
Antes de confessar, segundo a polícia, o crime nesta segunda, Neves havia negado qualquer envolvimento na morte da companheira e disse que os dois tinham sido vítimas de um sequestro. Nesta segunda, porém, o suspeito disse que inventou a versão por medo.
Na nova versão à polícia, ele afirmou que estava no carro com a delegada quando disse à companheira que os dois precisavam repensar a relação. Segundo o suspeito, Patrícia teria se descontrolado e ameaçado matar a família dele. Em seguida, ela teria puxado o volante do carro, provocando a batida em uma árvore.
Ainda de acordo com a versão, a delegada começou a bater nele e ele "girou" o cinto de segurança no pescoço dela, com a intenção de fazê-la parar. Ele afirmou que não queria matá-la.
Neves disse que chamou a polícia quando notou que Patrícia estava desacordada, mas não sabia que a mulher estava morta. O corpo da delegada foi encontrado horas depois por policiais militares.
Ainda de acordo com a polícia, Neves já havia sido preso em maio, por agredir a delegada. Na ocasião, Patrícia solicitou uma medida protetiva, mas depois houve uma reconciliação e ele foi liberado por decisão judicial.
Além disso, o suspeito tem um histórico de indiciamento sob suspeita de exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. À polícia Neves reconheceu a existência do processo, mas disse que nunca foi intimado. Ele se apresenta como médico, formado no Paraguai, mas afirma que não exerce a profissão.
O Conselho Regional de Medicina baiano informou que não há nenhum médico registrado com o nome dele.
A Polícia Civil lamentou a morte da delegada, que atuava como plantonista na Delegacia Territorial de Santo Antônio de Jesus (a 187 quilômetros de Salvador), e declarou que atua com todos os mecanismos disponíveis para esclarecer as circunstâncias do crime.
O Sindicato dos Policiais Civis também lamentou a morte de Patrícia. A delegada-geral da Bahia, Heloísa Campos de Brito, postou uma nota de pesar nas redes sociais.
O corpo de Patrícia Aires foi velado nesta segunda-feira (12), na Câmara de Vereadores de Santo Antônio de Jesus. O sepultamento ocorreria no Recife, cidade natal dela.
Bacharel em direito e especialista em direito penal e processo penal, Patrícia tomou posse em 2016. Atuou na delegacia de Barra, no oeste da Bahia, e comandou as delegacias de Maragogipe e São Felipe, antes de ser lotada em Santo Antônio de Jesus.
A delegada era reconhecida pela atuação no enfrentamento às violências de gênero, tendo passagem pelo Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher do município, em 2021.
Patrícia também tinha graduação em licenciatura plena em Letras e chegou a trabalhar como professora de língua portuguesa e língua inglesa. Deixa um filho.
VIA… NOTÍCIAS AO MINUTO
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