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quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Células velhas da pele aceleram envelhecimento de outras partes do corpo

Os cientistas conduziram experimentos em ratos jovens para observar os efeitos das células senescentes, que se acumulam à medida que os órgãos envelhecem. Descobriram que a presença dessas células na pele dos animais reduziu a função musculoesquelética, aumentou a fraqueza física e prejudicou a memória

© Pixabay
Duas equipes de pesquisadores portugueses, incluindo uma da Universidade de Coimbra (UC), descobriram que células envelhecidas da pele podem acelerar o envelhecimento de outras partes do corpo, especialmente o cérebro, ao enviar sinais que promovem o processo de envelhecimento.
 

A UC destacou, em comunicado, que essa descoberta, realizada em parceria com o Centro de Neurociências e Biologia Celular, a Faculdade de Farmácia da UC e o Laboratório de Envelhecimento Celular e Molecular da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, liderado pelo português João Passos, abre novas possibilidades para o desenvolvimento de terapias que retardem o envelhecimento humano.

"Esta pesquisa é a primeira evidência direta de que células senescentes na pele podem acelerar o envelhecimento em outras partes do corpo. Isso sugere que o envelhecimento das células da pele pode contribuir para efeitos generalizados de envelhecimento no organismo", explicou a universidade.

Os cientistas conduziram experimentos em ratos jovens para observar os efeitos das células senescentes, que se acumulam à medida que os órgãos envelhecem. Descobriram que a presença dessas células na pele dos animais reduziu a função musculoesquelética, aumentou a fraqueza física e prejudicou a memória. O estudo também revelou que o cérebro, em particular o hipocampo, uma região crucial para a memória e funções cognitivas, foi afetado.

Cláudia Cavadas, uma das coordenadoras da pesquisa e líder do grupo de investigação em Neuroendocrinologia e Envelhecimento, destacou: "Essas reações demonstram uma conexão entre as células envelhecidas na pele e o cérebro."

Os resultados do estudo podem abrir caminho para intervenções inovadoras que visem retardar o envelhecimento sistêmico. Segundo o comunicado, essa descoberta também pode ajudar a entender melhor a relação entre doenças de pele e outras condições associadas ao envelhecimento.

Os pesquisadores destacam a importância desses novos dados, uma vez que o envelhecimento populacional é uma preocupação global e está relacionado ao aumento das principais doenças crônicas, como as doenças neurodegenerativas. "A pesquisa abre novas possibilidades de estudo sobre o envelhecimento, incluindo a exploração de estratégias para eliminar ou neutralizar células senescentes na pele, com o objetivo de reduzir seus efeitos sistêmicos no envelhecimento do corpo", concluiu João Passos, co-coordenador do estudo.

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