No vídeo, intitulado como Carta as Mulheres, artistas e políticas questionam se é possível confiar a cidade de São Paulo nas mãos de um homem que age com ameaças e mensagens intimidações.
Jose Cruz/Agência Brasil |
CARLOS PETROCILO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A primeira-dama Janja, Ana Estela Haddad e uma série de apoiadoras de Guilherme Boulos (PSOL) divulgaram um vídeo neste sábado (26), véspera de eleição, para relembrar o registro policial de violência doméstica feito pela esposa do prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra ele em 2011.
No vídeo, intitulado como Carta as Mulheres, artistas e políticas questionam se é possível confiar a cidade de São Paulo nas mãos de um homem que age com ameaças e mensagens intimidações.
Entre outras, aparecem no vídeo Bela Gil, a deputada Erika Hilton (PSOL) e a psicanalista Vera Iaconelli, colunista da Folha. A cantora Bruna Volpi diz que as vidas de 6 milhões de mulheres estão em jogo neste domingo.
"Não vote em quem não respeita as mulheres", diz uma delas. "Vamos votar com esperança e com amor", afirma Ana Estela. "Neste domingo, nós mulheres temos a oportunidade de votar em quem valoriza nossas vidas, em quem caminha ao nosso lado pelo fim da violência contra as mulheres", completa Janja.
Nunes foi acusado em 2011 de violência doméstica, ameaça e injúria pela esposa, Regina Carnovale Nunes, com quem segue casado até hoje. O caso foi revelado em 2020 pela Folha de S.Paulo. À época, Nunes era vereador e disputava a eleição como vice de Bruno Covas (PSDB).
Durante a atual campanha, o tema voltou a ser explorado pelos adversários. Nunes deu diferentes versões sobre o caso. Disse que o boletim de ocorrência feito por sua esposa sobre o caso "é forjado". Posteriormente deturpou o que havia dito e criou uma nova versão sobre o episódio.
Nunes, que era vereador à época, sempre negou qualquer agressão e disse que o boletim de ocorrência foi feito em um período em que Regina estava abalada e falou coisas que não aconteceram.
Em 2011, Regina afirmou aos policiais que havia vivido em união estável por 12 anos com Nunes e que eles tinham se separado sete meses antes do registro "devido ao ciúmes excessivo" dele.
"Inconformado com a separação, [Nunes] não lhe dá paz, vem efetuando ligações proferindo ameaças, envia mensagens ameaçadoras todos os dias e vai em sua casa onde faz escândalos e a ofende com palavrões. Afirma a vítima que diante da conduta de Ricardo está com medo dele", diz um dos trechos do boletim de ocorrência registrado por Regina.
Ainda em 2011, Nunes também foi à polícia e registrou um boletim de ocorrência menos de um mês após o registro em nome de Regina. O boletim por lesão corporal feito pelo atual prefeito diz que, na ocasião, "em conversa referente à pensão, veio a autora [Regina] por agredir a vítima [Ricardo Nunes]".
A Folha também teve acesso a registros de publicações em redes sociais nas contas de Regina. Os posts em seu nome relatam brigas por pensão alimentícia, chamam o político de bandido e dizem que tem provas de que sofreu agressões.
Nos comentários na rede social, o perfil de Regina responde a uma pessoa que pede para ela ter cuidado. "Amiga tenho provas de que ele sempre me bateu e sempre foi um crápula."
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