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quinta-feira, 27 de junho de 2019

Crítica de Guedes a Congresso tumultua votação da reforma

Guedes tinha atacado o Legislativo em conversa com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT)

© Reuters


Uma nova briga do governo com o Congresso pode atrasar a votação da reforma da Previdência. Agora, deputados da Comissão Especial da Câmara que analisa a proposta de mudança na aposentadoria ameaçam cancelar a sessão marcada para esta quinta-feira, 27, em represália a críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao Legislativo e também ao atraso na liberação de emendas parlamentares.


A estratégia conta com o apoio do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e inviabiliza a leitura do voto do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da reforma, criando mais dificuldades para o cumprimento do calendário de votação neste semestre.
Deputados se indignaram ao saber que, na noite de terça-feira, Guedes tinha atacado o Legislativo em conversa com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT). Contrariado com "provocações" de Maia (DEM-RJ), que definiu o governo como "uma usina de crises", o ministro teria afirmado que "o Congresso é uma máquina de corrupção."
Foi o que bastou para o início de uma rebelião. Na tribuna da Câmara, deputados se revezavam na ofensiva contra Guedes. "É inaceitável que sejamos chamados de máquina de corrupção", afirmou o deputado Alexandre Frota (PSL-SP). Logo depois, porém, Frota recebeu uma mensagem de WhatsApp do próprio Guedes e voltou atrás no comentário.
O ministro argumentou que sua frase fora tirada de contexto. "Eu disse que temos de trabalhar juntos e não cairia na provocação de reagir à acusação de usina de crises", escreveu Guedes para o deputado. Mais tarde, o Ministério divulgou nota com a mesma justificativa, destacando que o titular da Economia "valoriza o trabalho de todos os parlamentares engajados pela Nova Previdência". Camilo Santana, por sua vez, disse que Guedes "nunca fez tal comentário contra o Congresso".
Emendas. Pouco antes dessa polêmica, no entanto, deputados já se queixavam de que o Palácio do Planalto não cumpre acordos. Líderes de vários partidos - do Centrão e da oposição - confirmaram ao Estado que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, prometeu liberar neste ano R$ 20 milhões em emendas, para cada parlamentar, e outros R$ 20 milhões em 2020, antes das eleições municipais.
A primeira leva seria paga em duas parcelas: R$ 10 milhões após o voto favorável à reforma da Previdência na Comissão Especial e outros R$ 10 milhões depois da aprovação da proposta no plenário. A Casa Civil nega o acordo. "As emendas não estão sendo pagas faz tempo e há uma justa reivindicação de todos neste sentido", resumiu o líder do PL, deputado Wellington Roberto (PB). "Não é um toma lá, dá cá, mas esperamos que o governo cumpra o que a lei manda."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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