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terça-feira, 27 de abril de 2021

Após pressão global, EUA prometem enviar até 60 mi de doses de vacina a outros países

 

A administração de Joe Biden ainda não informou quais países estão listados para receber as doses

© Getty Images

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a uma pressão global para ajudar países menos desenvolvidos no combate à pandemia, os Estados Unidos anunciaram nesta segunda-feira (26) que vão liberar até 60 milhões de doses da vacina da AstraZeneca para outros países –assim que elas estiverem disponíveis.

Segundo a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, no entanto, isso não vai acontecer imediatamente. "No momento, não temos nenhuma dose disponível de AstraZeneca", disse.

Psaki informou que cerca de 10 milhões de doses podem ser liberadas "nas próximas semanas" desde que passem por uma revisão de segurança conduzida pela agência regulatória americana, a FDA. Os outros 50 milhões de doses ainda estão em diferentes estágios de produção.

A administração de Joe Biden também não informou quais países estão listados para receber as doses.

O governo brasileiro, que tem sido criticado por não conseguir acelerar a vacinação, entre outros motivos por atraso nas entregas de doses prontas e de insumos para fabricação no país, não se manifestou sobre o envio de imunizantes pelos EUA.

O Brasil chegou a fazer consultas no passado sobre a possibilidade de receber o excedente da AstraZeneca nos EUA, mas a resposta foi que o governo americano priorizaria a imunização da sua própria população.

Em um comunicado, um porta-voz da AstraZeneca afirmou que a empresa não comentaria detalhes, mas que "as doses fazem parte dos compromissos de fornecimento da AstraZeneca com os EUA" e que a decisão de enviar o imunizante para outros países cabe ao governo americano.

A administração de Biden está sob crescente pressão de aliados em todo o mundo para compartilhar a vacina, principalmente a da AstraZeneca, que está sendo usada na Europa e em outros países, mas ainda não foi aprovada nos EUA.

Até o momento, o país liberou para uso os imunizantes de três fabricantes –Pfizer/BioNTech, Moderna e Johnson & Johnson. A campanha de imunização americana já aplicou mais de 230 milhões de doses, e 27% das pessoas já estão imunizadas.

O anúncio do envio das vacinas veio após uma ligação do presidente americano com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, mais cedo nesta segunda. Segundo um comunicado da Casa Branca, os dois líderes estão comprometidos a trabalharem juntos na luta contra a Covid-19 no país asiático, que vive seu pior momento da pandemia e enfrenta o que talvez seja a maior tragédia em uma nação desde o início da crise sanitária .

Há hospitais em colapso, com falta de leitos e de oxigênio, e filas para cremar os corpos. Nesta segunda, a Índia quebrou pelo quinto dia consecutivo o recorde mundial de casos registrados em 24 horas –foram 353 mil, segundo dados oficiais, que muitos consideram altamente subestimados.

De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, o país soma mais de 17 milhões de infectados e 195.123 mortos.

Diante do agravamento da crise sanitária, os EUA anunciaram no domingo que vão enviar insumos para a produção de vacinas, testes de Covid-19, medicamentos, respiradores mecânicos e equipamentos de proteção individual. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também confirmou que o bloco está preparando o envio de insumos e medicamentos para os indianos.

Há, porém, um possível problema de logística no plano americano: as doses da AstraZeneca são produzidas numa fábrica em Baltimore, de propriedade da Emergent BioSolutions, onde a produção foi interrompida em meio a temores de contaminação.

Segundo reportagem do jornal The New York Times, a fábrica teve que jogar fora milhões de doses da vacina da AstraZeneca entre outubro e janeiro, e depois descartou até 15 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Johnson & Johnson, também por causa da preocupação sobre possível contaminação.

O imunizante da farmacêutica anglo-sueca, desenvolvido em parceria com a Universidade de Oxford, teve sua segurança questionada depois do relato de raros casos de formação de coágulos no sangue reportados na Europa. Países europeus chegaram a suspender ou restringir o uso.

A agência reguladora da União Europeia (EMA), no entanto, concluiu que os benefícios da vacina superam seus riscos potenciais e recomendou que governos do bloco mantivessem as aplicações, adicionando um aviso à bula do produto.

Em março, Biden já havia dito que sua administração enviaria cerca de 4 milhões de unidades do imunizante da AstraZeneca para o Canadá e para o México –1,5 milhão e 2,5 milhões de doses, respectivamente.

Do ponto de vista político, o envio das vacinas foi visto como uma forma de afago para que o México endureça os controles na fronteira com os EUA, que vive uma grave crise migratória e o maior fluxo de imigrantes vindos do território mexicano em 20 anos –ainda que o governo de Andrés Manuel López Obrador afirme que os esforços para garantir imunizantes são independentes dos diálogos sobre migração.

Mas os EUA não são os únicos a exercer "soft power" na geopolítica da vacina –sua rival China também fechou parcerias e acordos para a produção de vacina no exterior, numa tentativa de melhorar sua imagem após tentativas de culpá-la pela pandemia e de associações como "vírus chinês".

Em um encontro virtual entre Joe Biden e os premiês Narendra Modi (Índia), Yoshihide Suga (Japão) e Scott Morrisson (Austrália) no mês passado, a Índia pediu ao grupo que financiasse a produção de vacinas com tecnologia americana (Janssen e Novavax) em seu território. Nova Déli fabrica vacinas da AstraZeneca sob licença e tem a Covaxin, produzida pela farmacêutica Bharat Biotech .

Ainda que não haja informações sobre os países que vão receber as doses americanas, o envio de ajuda para a Índia e a conversa entre Biden e Modi também podem ser vistos como uma forma de os EUA tentarem conter a expansão de Pequim.

VIA...NOTÍCIAS AO MINUTO

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