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terça-feira, 24 de setembro de 2024

Insuficiência cardíaca: conheça a importância do acompanhamento da doença

Especialista explica como é feito o monitoramento de pacientes a fim de evitar complicações e reinternações

©Pixabay/Tumisu

Estima-se que no Brasil cerca de 2 milhões de pessoas tenham insuficiência cardíaca, uma doença crônica e progressiva que afeta não apenas o coração, mas também a qualidade de vida do paciente. Nesse contexto, as admissões hospitalares frequentes são comuns: entre 30% e 40% dos pacientes internados com insuficiência cardíaca são readmitidos dentro de seis meses após a alta hospitalar. A readmissão hospitalar aumenta em pelo menos três vezes o risco de morte.

 

Neste Setembro Vermelho, mês dedicado aos cuidados com o coração, esses dados destacam a importância do monitoramento contínuo de pacientes com insuficiência cardíaca - uma síndrome caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue de maneira eficiente, devido a anomalias estruturais e/ou funcionais.

O cardiologista Marcelo Montera, coordenador do Centro de Insuficiência Cardíaca do Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro, destaca três ações essenciais que devem ser realizadas antes da alta hospitalar para reduzir a readmissão e a mortalidade cardiovascular:

1. Prescrever os principais medicamentos que comprovadamente reduzem desfechos adversos;

2. Orientar os pacientes a tomarem os medicamentos corretamente e a comparecerem regularmente às consultas, para que o profissional responsável possa avaliar o caso, ajustar as doses se necessário, e realizar o acompanhamento adequado.

3. Ajustar as doses para alcançar pelo menos 50% da dose máxima recomendada. Nesse contexto, o uso de NT-proBNP desempenha um papel fundamental, para redução no risco de readmissão e morte. Pacientes com redução de níveis de NT-proBNP têm melhores desfechos que pacientes sem nenhuma mudança ou com aumento nos níveis dos biomarcadores.

O teste NT-proBNP, portanto, é um grande aliado nesse acompanhamento, sendo um instrumento objetivo e fácil de usar para monitorar e melhorar os desfechos. “O monitoramento é clínico e pode ser associado a métodos que auxiliam os médicos a detectar e prever o desenvolvimento da insuficiência cardíaca. No caso do monitoramento com o exame de NT-proBNP, a partir do momento em que o profissional já tem medidas prévias do grau de IC, ele consegue estabelecer um valor relativo de acompanhamento e verificar o quadro do paciente, desde que seja feito de forma seriada e individualizada”, explica o especialista.

A Roche Diagnóstica, líder mundial em diagnóstico in vitro, possui o teste NT-proBNP e patrocinou o estudo STRONG-HF, que demonstrou a eficácia da intensificação terapêutica guiada por parâmetros clínicos e biomarcadores cardíacos por meio de seu ensaio Elecsys NT-proBNP na redução de desfechos indesejáveis em pacientes admitidos com insuficiência cardíaca aguda. O estudo clínico randomizado publicado na revista The Lancet, em 2022, contemplou mais de mil participantes admitidos com insuficiência cardíaca aguda, em 87 centros espalhados em 14 países em diferentes continentes.

No estudo foram avaliados desfechos como reinternações, qualidade de vida e mortalidade entre o grupo de intensificação terapêutica e grupo controle por 6 meses. Os pacientes que receberam o tratamento intensificado baseado em critérios clínicos e avaliação dos níveis do marcador NT-proBNP apresentaram um risco 34% menor para reinternação por insuficiência cardíaca e mortalidade por todas as causas em comparação ao grupo controle. Além disso, foi observado ganho na qualidade de vida no grupo que recebeu o tratamento intensificado.

“Esse estudo é necessário para estabelecermos protocolos de acompanhamento e mostra que o cuidado tem que ser focado em ações que possam resultar em redução de reinternações e melhora do quadro clínico. No entanto, a conscientização do paciente é imperativa, pois ele precisa conhecer e entender a sua doença, sempre tirando todas as dúvidas com o médico, dessa forma, colaborando para o acompanhamento do seu caso”, reforça o cardiologista Marcelo Montera.

VIA… NOTÍCIAS AO MINUTO    

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