Segundo o MPF, mesmo foragido, Dario Messer mantinha o esquema de câmbio ilegal e lavagem de dinheiro com o auxílio de Roland Gerbauld.
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Gerbauld pediu à Justiça sua soltura por causa da pandemia do novo coronavírus, por ter necessidade diária de medicamentos de uso controlado. No entanto, a força-tarefa Lava Jato no Rio de Janeiro, considerou que sua prisão preventiva para impedir a continuidade dos crimes cometidos e registrou: "Não se há de confundir casos pontuais e possíveis de custodiados que possam merecer intervenção individualizada do poder Judiciário, com outros que nada mais retratam senão o oportunismo dos que (de forma até compreensível porque em jogo a liberdade) se valem de uma conjuntura emergencial grave para convencer de que estão em situação de maior vulnerabilidade do que outros na mesma ou até em pior situação".
Na denúncia apresentada à Justiça contra 19 investigados da Patrón, que mapeia uma "rede de crimes" entre Brasil, Paraguai e Uruguai, o Ministério Público Federal aponta que Roland Gerbauld teria auxiliado Dario Messer "de modo consciente e voluntário, a partir pelo menos do ano de 2016 até a presente data (dezembro de 2019), tendo como propósito distanciar o dinheiro derivado de crimes praticados pela organização criminosa de sua origem ilícita". Segundo a Procuradoria, Messer e seu suposto operador financeiro "ocultaram e dissimularam a origem, a natureza, disposição, movimentação e a propriedade de US$ 17,653,960.31".
A manifestação assinada por nove procuradores da Lava Jato no Rio registra que a manutenção da liberdade do diretor de offshore nas Bahamas, após as medidas ostensivas decretadas, "lhe habilitaria a movimentar o patrimônio ilícito de Dario Messer, em especial recursos que até o momento permanecem ocultos ou ainda não bloqueados pela Justiça brasileira e estrangeira".
Segundo o MPF, mesmo foragido, Dario Messer mantinha o esquema de câmbio ilegal e lavagem de dinheiro com o auxílio de Roland Gerbauld. A denúncia registra ainda que o diretor de offshore participou da "implementação das condições operacionais para giro do dinheiro e transações de lavagem de capitais e dólar-cabo em benefício da organização criminosa".
No documento apresentado à 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, os procuradores pontuaram que há uma "preocupação redobrada" de autoridades de vários países com a população carcerária e possíveis efeitos dos casos de covid-19 para a proliferação da doença no grupo. O Conselho Nacional de Justiça expediu a recomendação 62/2020 sobre medidas a serem avaliadas pelos juízes de execução no âmbito do sistema carcerário e socioeducativo brasileiro, entre elas a reavaliação de prisões preventivas com prazo superior a 90 dias ou que resultem de crimes menos graves.
No parecer, a Lava Jato avaliou que Gerbauld faria jus às medidas preventivas apenas se estivesse preso e se as condições de saúde alegadas fossem comprovadas por laudo oficial. A Procuradoria indicou ainda que a penitenciária Bangu 8, onde estão todos os presos da Lava Jato no Rio, não preenche sequer a metade da lotação, como a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária informou após consulta em março. "O Estado não teria qualquer dificuldade em pô-lo numa cela individual, o que provavelmente seria muito mais eficaz do que as medidas de isolamento social ora imposto aos cidadãos em geral", afirmaram os procuradores.
COM A PALAVRA, A DEFESA
Até a publicação desta reportagem, a defesa de Gerbauld não havia respondido a nossas solicitações de contato. O espaço permanece aberto para manifestações.
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