O general assegura que o presidente não teve "óbices ou embaraços" em 2019 e em 2020 para mexer na equipe que faz sua segurança pessoal.
![]() |
| © Marcos Corrêa/PR |
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Em manifestação encaminhada à Polícia Federal no último dia 27, o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, assegura que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não teve "óbices ou embaraços" em 2019 e em 2020 para mexer na equipe que faz sua segurança pessoal.
A afirmação vai na contramão das declarações do chefe do Executivo na reunião ministerial de 22 de abril, quando ameaçou interferir em órgãos de inteligência e disse que já tentou "trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente" e não conseguiu.
Na ocasião, Bolsonaro ressaltou, sem dar detalhes, que essa dificuldade teria acabado e que, dali em diante, trocaria até o ministro para implementar as mudanças que desejava caso fosse necessário.
"Eu não vou esperar f* minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura", disse o presidente na ocasião.
À PF, porém, Heleno destacou que trocas foram realizadas sem problemas.
O ministro citou as substituições que já ocorreram na segurança de Bolsonaro e respondeu pedido da polícia sobre "detalhamento de eventuais óbices ou embaraços a nomes escolhidos para atuação na segurança pessoal do presidente da República ou de seus familiares nos anos de 2019 e 2020".
Segundo ele, por se tratar de militares da ativa, as substituições nas equipes de segurança de Bolsonaro em Brasília e no Rio "foram decorrentes de processos administrativos internos do Exército Brasileiro".
Integrantes da PGR (Procuradoria-Geral da República) que acompanham a investigação, porém, acreditam que a afirmação de Bolsonaro estaria voltada para a superintendência da PF no Rio, e não para a segurança dele e de sua família.
Ao menos desde agosto do ano passado o presidente quer trocar o comando da corporação no Rio de Janeiro. No dia 15 daquele mês, o presidente anunciou na saída do Palácio da Alvorada que iria substituir Ricardo Saadi da chefia da superintendência da PF no Rio.
Ele anunciou que o chefe da unidade no Amazonas, Alexandre Saraiva, seria o substituto, mas, após resistências internas, recuou e indicou o delegado Carlos Henrique Sousa.

Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são pessoais, é não representam a opinião deste blog.
Muito obrigado, Infonavweb!