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sexta-feira, 4 de setembro de 2020

IBGE: No Brasil, 26% não conseguem atendimento de saúde na 1ª tentativa

Em 2013, 95,3% das pessoas conseguiam ser atendidas já na primeira tentativa

© Imagem ilustrativa (Pixabay)
Um em quatro brasileiros não consegue ser atendido nos serviços de saúde na primeira tentativa. É o que mostra a nova Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, divulgada na manhã desta sexta-feira, 4. Segundo o levantamento, das 39 milhões de pessoas que procuraram algum atendimento de saúde nas duas semanas anteriores à data da entrevista, 26,4% não conseguiram o atendimento na primeira vez seja na rede pública ou particular. Em 2013, 95,3% das pessoas conseguiam ser atendidas já na primeira tentativa.


 
Das pessoas que conseguiram atendimento de saúde, 60,9% tiveram algum medicamento receitado, sendo que 85% conseguiram obter todos os medicamentos prescritos. Quando a referência de obtenção do medicamento é o serviço público, a proporção de pessoas que obtiveram pelo menos um medicamento receitado é menor, 30,5%.
No Brasil, os motivos de procura de atendimento de saúde mais citados foram: doença ou tratamento de doença (48,2%) e cuidados de rotina, tais como vacinação, prevenção, check-up médico ou acompanhamento com outro profissional de saúde (25,1%). Esse padrão foi bastante similar em todas as regiões. Para os especialistas, no entanto, o padrão ideal seria que a maioria das visitas a um serviço de saúde fosse para prevenção; não para tratamento.
Além disso, a pesquisa mostra que os brasileiros têm uma "forte dependência" do serviço público de saúde. De acordo com o levantamento, a grande maioria da população (71,5%) conta com o atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas 28% dispõem de plano de saúde complementar, um porcentual que se mantém estável desde a última edição da PNS, em 2013.
Quase a metade dos brasileiros (46,8%) indicou a Unidade Básica de Saúde como o estabelecimento que costuma procurar mais frequentemente quando precisa de atendimento médico. As Unidades de Pronto Atendimento Público (UPAs), pronto socorro ou emergências de hospitais públicos foram a preferência de 14,1%, e os centros de especialidades, as policlínicas públicas ou os ambulatórios dos hospitais públicos foram a escolha de 8,9%.
O pintor Cícero Ferreira, de 55 anos, é um dos milhões de usuários do sistema público de saúde e reclama da demora no atendimento. Ele, a esposa e a enteada, que moram juntos em Barra de Jangada, na Região Metropolitana do Recife, em Pernambuco, nunca tiveram plano de saúde. Quando precisam de atendimento médico, procuram a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima de casa. "Quando preciso, vou na UPA do bairro ou na de perto do trabalho, na Imbiribeira. Nas duas é sempre uma burocracia sem fim. Pode ser doença leve ou coisa séria. Quando alguém lá em casa precisa, é para chegar de manhã e passar o dia todo, só sai de noite. A gente passa por várias etapas e é uma espera grande. Até ser atendido pelo médico já passou o dia todo", disse.
Já os consultórios de médicos particulares e as clínicas privadas foram indicados por 22,9% das pessoas. O pronto atendimento e as emergências de hospitais privados são a preferência de 4,4% dos brasileiros.
A PNS 2019 apontou que 159,6 milhões (76,2%) de pessoas haviam se consultado com um médico, no Brasil, nos 12 meses anteriores à data da entrevista - um aumento considerável em relação a 2013 (71,2%), independentemente de sexo, grupo de idade, cor ou raça, ou nível de instrução.
Segundo o levantamento, 60,0% (44,0 milhões) dos domicílios eram cadastrados nas Unidades de Saúde da Família, o que configura um aumento de 6,7 pontos percentuais em relação a 2013, quando 53,3% (34,6 milhões) estavam no cadastro.
Katia Silva, de 43 anos, é empregada doméstica e também afirma ter dificuldades para ser atendida pelo SUS. Sem também nunca ter tido plano de saúde, ela conta que já esperou meses para conseguir um atendimento, e já chegou a buscar um clínica popular privada. "Já tive que chegar ao posto de saúde antes das seis da manhã e enfrentar fila para conseguir uma ficha. Depois de muita espera fui atendida, mas não fui encaminhada para um ginecologista para mostrar meus exames. Tive que enfrentar todo o procedimento novamente para tentar marcar, mas demorou meses e não consegui. Então acabei pagando uma consulta de uma clínica popular, em torno de R$ 100, para ser atendida. Desde então, sempre que preciso faço isso", afirmou.
De acordo com Katia, a burocracia é o principal problema no atendimento público de saúde. "Já passei quase um dia inteiro esperando na fila para ser atendida. Quando chegou a minha vez, disseram que eu não seria atendida porque o sistema colocou na minha ficha que era uma consulta de retorno, sendo que era a primeira consulta. Levei um encaminhamento e espero desde 2019 uma ligação do posto de saúde para uma consulta com um ortopedista".
No entanto, dentre os domicílios cadastrados há um ano ou mais, observou-se que aproximadamente 23,8% (9,5 milhões) nunca tinham recebido a visita de um agente comunitário de saúde ou de um membro da equipe de Saúde da Família, o que retrata um forte aumento em comparação a 2013, quando esse porcentual era de 17,7% (5,3 milhões).
Planos de saúde
Pouco menos de um terço da população, 28,5%, declarou ter algum tipo de plano de saúde, médico ou odontológico - um porcentual similar ao registrado seis anos antes, 27,9%. No atendimento privado, as desigualdades do país chamam mais atenção.
As Regiões Sudeste e Sul despontaram com as maiores coberturas proporcionais às suas populações (34,9% e 30,5%, respectivamente). Entre as Unidades da Federação, destacaram-se São Paulo e Distrito Federal, bem acima da média nacional, com as maiores proporções de pessoas nessa condição (38,4% e 37,4%, respectivamente). Com os menores indicadores de cobertura de plano de saúde médico, os destaques foram Maranhão (5,0%) e Roraima (7,4%).
Em relação ao nível de instrução, observou-se que, quanto mais elevado, maior, também o porcentual de cobertura de plano de saúde, variando de 16,1% entre pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, a 67,6% entre os que têm nível superior completo.
No quesito renda, a diferença se aprofunda ainda mais: somente 2,2% das pessoas sem rendimento ou que ganham até 1/4 do salário mínimo tinham algum plano de saúde médico; por outro lado, 86,8% das que recebiam mais de cinco salários mínimos mensais estavam cobertas por algum serviço de saúde suplementar.
Saúde bucal
A pesquisa mostrou também que menos da metade dos brasileiros (49,4%) consultou um dentista nos 12 meses anteriores à data da entrevista. "Pode-se dizer que a atenção com a saúde bucal ainda é incipiente no País", avaliou a pesquisa.
As Regiões Norte e Nordeste apresentaram as menores proporções de pessoas que foram ao dentista (40,8% e 43,3%, respectivamente), enquanto as Regiões Sul e Sudeste, as maiores (55,8% e 53,0%).
Ainda assim, tal como observado em relação à consulta com médico, os percentuais de pessoas que consultaram dentista subiram, consideravelmente, entre 2013 e 2019 (de 44,4% para 49,4%).
Os resultados indicam ainda que, em 2019, a cobertura de plano de saúde odontológico era bem menos frequente do que a do tipo médico: 12,9% contra 26,0%, mesmo nas faixas de rendimento mais elevadas.
Condições do domicílio
A Pesquisa Nacional de Saúde avaliou também as condições sanitárias dos domicílios, que têm influência direta na saúde da população. Em 96,7% das residências foi constatada a presença de água canalizada em pelo menos um cômodo, um aumento em relação a 2013 (93,7%). No Brasil, 91,4% dos domicílios têm lixo coletado por serviço de limpeza, diretamente ou em caçamba.
Mas a situação ainda é bem abaixo da ideal no que diz respeito a existência de banheiro e esgotamento sanitário por rede geral de esgoto ou fossa séptica ligada à rede geral: 66%. E as diferenças regionais são consideráveis. Enquanto na região Sudeste a proporção é de 88,7%, na região Norte é de apenas 20,8%.
E a situação do combate às endemias também piorou. Segundo a pesquisa, 64,6% dos domicílios receberam a visita de pelo menos um agente nos 12 meses anteriores à entrevista. Em 2013, esse porcentual era de 69,3%.U
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