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terça-feira, 16 de agosto de 2022

'Foi um ato frio, não dá para pensar em acidente', diz irmã de jovem atropelado

Por volta das 4h do último sábado, 13, ele saía do Vitrinni Lounge Beer, no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, quando uma discussão no trânsito resultou em sua morte por atropelamento.

© Shutterstock

A família e os amigos do estudante Fernando Palominio Zambori, de 21 anos, ainda tentam processar o que aconteceu com o caçula de três irmãos. Por volta das 4h do último sábado, 13, ele saía do Vitrinni Lounge Beer, no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, quando uma discussão no trânsito resultou em sua morte por atropelamento. Imagens capturadas pela câmera de segurança do estabelecimento mostram o momento em que uma Land Rover Velar o derruba, passa por cima do seu corpo e foge sem prestar socorro.
A família e os amigos do estudante Fernando Palominio Zambori, de 21 anos, ainda tentam processar o que aconteceu com o caçula de três irmãos. Por volta das 4h do último sábado, 13, ele saía do Vitrinni Lounge Beer, no Itaim Bibi, na zona sul de São Paulo, quando uma discussão no trânsito resultou em sua morte por atropelamento. Imagens capturadas pela câmera de segurança do estabelecimento mostram o momento em que uma Land Rover Velar o derruba, passa por cima do seu corpo e foge sem prestar socorro.

"Foi um ato muito frio, não dá nem pra pensar que pudesse ter sido um acidente", diz Andressa Zambori, a irmã mais velha de Felipe, com 28 anos. Mãe de um bebê de dez meses, ela conta ao Estadão que ficou sabendo da morte do caçula pelo marido na manhã seguinte. "Ele era um amor de pessoa. Não tinha nada de diferente que justificasse um crime desses", diz.

Segundo Andressa, o irmão era cliente cativo do Vitrinni Lounge Beer, onde ia com os mesmos amigos que mantém há mais de 12 anos. Durante a semana, ele trabalhava em um escritório de contabilidade e ajudava um outro amigo a vender tênis e camiseta. A rotina de ir do trabalho para casa só era interrompida nos dias úteis quando o rapaz ia para algum bar ou casa de alguém assistir aos jogos do São Paulo, clube para o qual torcia.

No sábado em que foi morto, Fernando foi ao Vitrinni com dois desses amigos de infância. A irmã conta que ele foi o primeiro a pagar a comanda e entrou no carro com o motorista, que pagou em seguida. Enquanto o terceiro membro do grupo ainda fechava a conta, eles tentavam tirar o carro quando começaram a ouvir gritos e ofensas de alguém que dirigia atrás.

"Eles não se conheciam", observa Andressa, afirmando que não havia nenhuma relação entre Fernando e o homem que o atropelou. "Pelas filmagens, dá pra ver que na hora de sair tinha muito trânsito e muito carro na rua. O cara de trás começou a xingar para tirar 'aquela m****' da frente. Mas não adiantava ficar bravo e estressado porque não tinha para onde ir. Na hora que meu irmão saiu para pedir calma, ele fez aquilo."

Quando o último amigo do grupo conseguiu sair do bar, Fernando já estava no chão. Segundo a irmã, a Land Rover passou por cima dele três vezes. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que policiais militares foram acionados para atenderem a ocorrência e, no local indicado, encontraram a vítima sendo atendida por bombeiros civis. A morte foi constatada pelo médico do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu).

O 27º Distrito Policial identificou o motorista como Gustavo dos Santos Soares, de 28 anos. Segundo amigos de Fernando, o carro que ele dirigia estava sem placa. Nas redes sociais, familiares da vítima compartilharam a foto do suspeito divulgada pela polícia e pediram justiça pelo rapaz de 20 anos.

Luto e ódio

Fernando morava com o pai, o vendedor Maurício, a mãe, a farmacêutica Débora, e a irmã Stefani, de 22 anos. Andressa, a mais velha dos três, se mudou da casa em Pirituba durante a pandemia e foi morar com o marido e Atibaia. "Ele foi a primeira pessoa que liguei quando soube que estava grávida. Tínhamos planos de que ele ensinaria tantas coisas pro meu filho…", ela comenta por telefone, sem conseguir conter as lágrimas.

Andressa conta que dona Débora tinha o hábito de dormir na sala de casa sempre que um dos filhos sai, por mais que saiba aonde eles vão. Quando ouviu o telefone tocar na madrugada do sábado, a mãe achou que era o filho avisando que tinha esquecido as chaves. Já o pai Maurício, ao descobrir a morte de Fernando, tentou proteger as filhas da notícia.

"A família está indo lá em casa toda hora, mas eles perderam um filho, né. Não estão com vontade de comer. Minha mãe está com um ódio muito grande, de um jeito que eu nunca vi antes. E meu pai está estagnado, não consegue nem conversa", conta Andressa. Ela diz que só resolveu falar com a imprensa na esperança de encontrar o suspeito de matar seu irmão.

Fernando completaria 22 anos em 27 de dezembro. Nas últimas semanas, ele fazia planos de retomar os estudos e fazer um curso de ensino superior. Estava decidindo ainda se Direito ou Medicina. Orgulhosa, a irmã conta que o velório reuniu "todo tipo de gente, de todas as religiões". "Eu não sei como ele fazia isso, mas conseguia reunir vários grupos diferentes de amigos."

A última vez que Andressa falou com o irmão foi na tarde da sexta-feira, 12, apenas horas antes de ele ir para a festa. "Falamos coisas normais de irmãos. A gente tinha o hábito de conversar por chamada de vídeo pra ele ver meu filho. Eu perguntei como meus pais estavam e foi isso. Não imaginei…"

Em nota, a SSP informou que o caso continua sendo investigado pelo 27º DP, que o suspeito teve a prisão temporária decretada pela Justiça e as "diligências seguem em andamento visando à sua localização e ao esclarecimento do fato". 

VIA...NOTÍCIAS AO MINUTO  

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