O Parlamento venezuelano discute hoje declarar o chefe de direitos humanos da ONU persona non grata. A proposta surge após críticas da entidade à repressão no país e acusações de omissão diante da situação de migrantes e crianças venezuelanas detidas nos EUA e em El Salvador
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“Amanhã, na Assembleia Nacional, vamos propor declarar esse Volker Türk persona non grata. Ele não faz nada pelos direitos dos homens e mulheres venezuelanos sequestrados em El Salvador ou pelas nossas 18 crianças atualmente detidas nos Estados Unidos”, afirmou Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento, durante o programa semanal do presidente Nicolás Maduro, transmitido pela emissora estatal VTV.
Rodríguez também adiantou que será proposta a retirada da Venezuela do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), enquanto Türk continuar no comando da instituição.
“Vamos apresentar esse pedido, e espero que seja aprovado na Assembleia Nacional: que a Venezuela se retire dessa agência da ONU enquanto o senhor Türk for o Alto Comissário”, declarou.
A ofensiva contra Volker Türk ocorre após o Alto Comissariado divulgar, na última sexta-feira, um relatório denunciando o agravamento das restrições às liberdades fundamentais na Venezuela entre 2024 e 2025, durante o período eleitoral. Segundo o documento, cerca de 70 pessoas foram presas antes das eleições legislativas e regionais de 25 de maio, incluindo opositores, defensores de direitos humanos e 17 estrangeiros, acusados de envolvimento com terrorismo — acusações que foram rejeitadas pelo procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab.
No sábado, Saab declarou que Türk deveria renunciar ao cargo, acusando-o de "inação e silêncio covarde" diante das operações anti-imigração nos EUA. Nesta segunda-feira (30), voltou a criticar o alto comissário, chamando-o de “cúmplice do extermínio de crianças em Gaza”, em meio à guerra com Israel.
Maduro endossou as críticas, afirmando que Türk atua a serviço dos “interesses de Washington e das elites europeias, contra os povos do Sul Global”. Segundo o presidente venezuelano, o Alto Comissariado está “totalmente sequestrado, politizado e tendencioso”.
Em fevereiro de 2024, o governo venezuelano suspendeu as atividades do escritório técnico do ACNUDH, criado em 2019. Caracas acusou a agência de instrumentalizar suas ações contra o Executivo. Dois meses depois, Maduro chegou a convidar a entidade a retornar ao país, prometendo superar as divergências — o que só aconteceu mais de seis meses depois.
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