Advogados apontam falso testemunho por parte do empresário no que se refere ao pagamento de propina feito ao PMDB
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O advogado de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, pediu ao Ministério Público, nesta segunda-feira (19), que investigue o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo por falso testemunho. A informação é da assessoria de imprensa da ex-presidente.
Segundo informações do portal G1, em setembro, Otávio Azevedo prestou depoimento à Justiça Eleitoral no qual disse que doou R$ 1 milhão ao PT, referente a um acordo no qual a construtora se comprometeu a passar 1% dos contratos que mantinha com o governo federal a título de propina.
Segundo o empresário, o dinheiro seria usado na campanha petista à reeleição. Mas, logo depois, a defesa de Dilma enviou documento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informando que a Andrade Gutierrez doou R$ 1 milhão à chapa por meio do PMDB.
Segundo os advogados da ex-presidente, o montante foi depositado na conta de campanha do presidente Michel Temer, que, à época, era o candidato a vice de Dilma. Uma semana depois, Otávio Azevedo retificou o depoimento à Justiça Eleitoral e disse que não houve pagamento de propina à chapa formada por Dilma e Temer.
O TSE analisa, a pedido do PSDB, se a chapa formada por Dilma e Michel Temer cometeu abuso de poder econômico na última eleição presidencial.
Confira a nota enviada pela assessoria da ex-presidente:
DEFESA DE DILMA PEDE QUE MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGUE OTAVIO AZEVEDO
A Defesa de Dilma Rousseff e da Coligação com a Força do Povo entrou hoje com requerimento para que o Sr. Otavio Azevedo, Ex-Presidente da Andrade Gutierrez seja investigado pelo Ministério Público Federal.
O requerimento tem como fundamento a afirmação falsa feita por Sr. Otavio Azevedo em seu 1º depoimento ao TSE, de forma enfática, de que a Andrade Gutierrez teria realizado doação de origem irregular de 1 milhão de reais à chapa Dilma-Temer nas últimas eleições.
Após ser confrontado com documentos que demonstravam a regularidade da doação, inclusive com depósito da Andrade Gutierrez ao PMDB e cheque nominal à conta do candidato a Vice Michel Temer, o Sr. Otávio Azevedo modificou seu depoimento anterior e reconheceu a regularidade da doação eleitoral à chapa Dilma-Temer.
Diante das evidências de que o Sr. Otavio Azevedo teve a intenção deliberada de fazer afirmação falsa perante a Justiça Eleitoral, a defesa de Dilma Rousseff e da Coligação com a Força do Povo protocolou requerimento ao Vice-Procurador Geral Eleitoral, para que seja apurado o crime de falso testemunho (art.342 do CP) e ao Procurador-Geral da República para que seja investigada a conduta de colaborador, que imputou falsamente infração penal a quem sabia ser inocente (art. 19 da Lei n.12850/13)
Flavio Crocce Caetano
Advogado de Dilma Rousseff
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