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quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Prefeituras de SP vetam Carnaval de rua, mas permitem em clubes e bares

Segundo o Condemat, o objetivo da suspensão é manter controlados os indicadores da pandemia

© Shutterstock


RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Prefeituras do interior e do litoral de São Paulo anunciaram nos últimos dias o cancelamento em massa de atividades carnavalescas em 2022 devido ao temor de uma nova onda de contágio da Covid-19, ainda mais com a descoberta da nova variante ômicron. Em muitas das cidades, porém, os vetos se restringem somente à esfera pública.

Isso significa que desfiles de escolas de samba, shows musicais ou outras atividades que envolvam gastos aos cofres públicos no Carnaval estão suspensos, mas empresas, restaurantes, bares ou clubes interessados em oferecer atrações aos foliões poderão realizar eventos.

Mais de 50 cidades do interior e do litoral paulistas anunciaram desde a última semana o cancelamento das comemorações carnavalescas, inclusive municípios sem casos do coronavírus, nem mesmo suspeitos, há muitas semanas.

Entre as alegações para a suspensão, além do temor de uma nova onda da doença, estão a ausência de recursos financeiros para bancar a folia, a falta de tempo hábil para contratar a estrutura necessária e cancelamentos em conjunto com outras cidades para tentar evitar migração de foliões.

Segundo as administrações, os eventos privados deverão seguir as recomendações sanitárias vigentes no período em que forem realizados.

No Alto Tietê, uma decisão conjunta de dez prefeituras (Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel e Suzano) suspendeu atividades promovidas por elas, mas festas em clubes e salões privados poderão ocorrer seguindo normas de segurança e sob responsabilidade dos organizadores.

Segundo o Condemat (Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê), o objetivo da suspensão é manter controlados os indicadores da pandemia.

"Os bailes em salões privados serão de responsabilidade dos organizadores e deverão seguir as normas de segurança e as orientações das vigilâncias sanitárias de cada município. A decisão acompanha o que já foi anunciado em outras regiões do estado e cada município fará o anúncio oficial", diz o Condemat.

Segundo o comitê, na última quarta-feira (24) os prefeitos avaliaram o investimento necessário para a festa e o cenário de controle da pandemia. Ou seja, pesou também na conta o gasto com o Carnaval, embora as administrações afirmem que o controle da Covid-19 é o principal motivo.

É o que ocorre, por exemplo, em Sorocaba, uma das primeiras cidades a anunciar a suspensão do uso de recursos públicos para os festejos carnavalescos.

O prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) afirma que a decisão não se deve a alguma contrariedade com o Carnaval, mas sim para dar prioridade a setores como saúde, educação e segurança.

"Importante esclarecer que não se trata de uma medida contrária à realização do Carnaval no município. As ações dessa importante festa popular brasileira poderão ocorrer normalmente na cidade, desde que realizadas por meio de parcerias com a iniciativa privada ou recursos próprios, por exemplo", diz trecho de comunicado da prefeitura sobre a suspensão.

Estância turística, Batatais também não terá eventos carnavalescos tradicionais, como o desfile de suas escolas de samba, nem nenhuma outra atividade em espaços públicos.

O desfile local, incluindo gastos estruturais e verbas às agremiações que desfilam, custa cerca de R$ 1 milhão por Carnaval.

O prefeito Juninho Gaspar (PP) liberou eventos em locais privados. Ao anunciar o cancelamento das atividades públicas, ele, que preside a região metropolitana de Ribeirão Preto, destacou a alta de casos da Covid-19 em países europeus e a necessidade de ampliar a vacinação, entre outros fatores, como motivos para o veto.

Ainda segundo ele, uma nota de apoio a todos os municípios da região que tomaram a decisão seria distribuída junto com seu vice, o prefeito de Serrana, Léo Capitelli (MDB). O cancelamento gerou queixas da Uesb (União das Escolas de Samba do Brasil).

Em Franca, a prefeitura anunciou que não realizará eventos de Carnaval em 2022 na região do Parque Fernando Costa, que anualmente abriga os desfiles das escolas de samba, para priorizar o uso de recursos para a saúde.

O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) afirmou, no anúncio da suspensão, que respeita a tradição e a comunidade carnavalesca, mas que é preciso ter cautela.

"Como é uma decisão pensando na saúde pública, vamos priorizar os recursos que seriam utilizados no Carnaval para as ações na saúde", disse o prefeito.

Na última sexta (26), questionada pela Folha, a prefeitura informou que a decisão de Alexandre é exclusiva para eventos públicos, "realizados com recursos municipais".

O cenário não é exclusivo das cidades do interior de São Paulo. Em Poços de Caldas (MG), por exemplo, a prefeitura também anunciou a suspensão de eventos organizados por ela, mas liberou festas particulares em locais como clubes, bares ou restaurantes.

As regras para o funcionamento desses locais deverão ser divulgadas nas próximas semanas pela prefeitura.

CIDADES PAULISTAS QUE CANCELARAM O CARNAVAL

Altinópolis

Barrinha

Borborema

Botucatu

Brodowski

Cabreúva

Caçapava

Caconde

Cajuru

Cássia dos Coqueiros

Cunha

Descalvado

Dobrada

Dumont

Franca

Guariba

Iacanga

Ibitinga

Itápolis

Itupeva

Jaboticabal

Jarinu

Jundiaí

Lins

Louveira

Mogi das Cruzes

Monte Alto

Monteiro Lobato

Natividade da Serra

Orlândia

Paraibuna

Pitangueiras

Pradópolis

Poá

Potirendaba

Roseira

Sales Oliveira

Salesópolis

Santa Cruz da Esperança

Santa Ernestina

Santa Isabel

Santa Rosa do Viterbo

Santo Antônio da Alegria

Santo Antônio do Pinhal

São Bento do Sapucaí

São Joaquim da Barra

São Luiz do Paraitinga

São Simão

Sarapuí

Sorocaba

Suzano

Taquaritinga

Taubaté

Ubatuba

Urupês

Valinhos

Várzea Paulista

Vinhedo

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