Governo brasileiro considerou a carta de Donald Trump ofensiva e repleta de informações falsas. Documento, que defende Bolsonaro e anuncia tarifas de 50% sobre produtos nacionais, foi devolvido ao representante dos EUA em Brasília após confirmação de autenticidade. Lula respondeu com base na Lei da Reciprocidade
| Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil |
A devolução simbólica da carta ocorreu durante uma segunda reunião realizada na quinta-feira (9), no Itamaraty, entre a secretária para a América do Norte do Ministério das Relações Exteriores, Maria Luisa Escorel, e o encarregado de negócios dos EUA em Brasília, Gabriel Escobar.
De acordo com as fontes, Escorel pediu que Escobar confirmasse a autenticidade da carta, já que o conteúdo foi divulgado publicamente nas redes sociais antes mesmo de ser oficialmente entregue ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após a confirmação, a diplomata brasileira afirmou que o governo brasileiro estava devolvendo o documento por conter “erros factuais” e declarações inaceitáveis.
Na carta, divulgada por Trump na rede social Truth Social, o ex-presidente americano anuncia tarifas de 50% sobre produtos do Brasil e sai em defesa de Jair Bolsonaro, atualmente investigado por tentativa de golpe. “Esse julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas que precisa acabar imediatamente!”, escreveu Trump.
O presidente Lula reagiu com firmeza, afirmando que qualquer medida unilateral contra produtos brasileiros será respondida à luz da Lei da Reciprocidade, em vigor desde abril. Essa legislação permite ao Brasil adotar ações contra países que criem barreiras comerciais de forma unilateral.
Lula também desmentiu a alegação de que os EUA enfrentam um déficit comercial com o Brasil. “As estatísticas do próprio governo dos Estados Unidos comprovam um superávit de 410 bilhões de dólares em bens e serviços nos últimos 15 anos”, escreveu nas redes sociais.
Trump ainda acusou o Brasil de atacar eleições livres e de ferir a liberdade de expressão de americanos, citando ordens judiciais do STF contra plataformas digitais. Lula rebateu: “O Brasil rejeita conteúdos de ódio, racismo, pornografia infantil, golpes, fraudes e discursos contra os direitos humanos e a liberdade democrática.”
Segundo o presidente brasileiro, liberdade de expressão não se confunde com práticas violentas ou criminosas, e todas as empresas que atuam no país devem seguir a legislação nacional.
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