Levantamento publicado na Lancet mostra que custo anual do lenacapavir poderia cair de R$ 136 mil para R$ 135
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| © Pixabay |
Comercializado pela biofarmacêutica Gilead, o tratamento hoje custa US$ 25,3 mil por pessoa ao ano (cerca de R$ 136 mil), podendo chegar a US$ 44,8 mil (R$ 241 mil) em algumas situações. Se fosse produzido por outros laboratórios, porém, o tratamento poderia custar de US$ 25 a US$ 47 por ano (de R$ 135 a R$ 253), segundo o levantamento.
Segundo os autores do estudo, se 5 a 10 milhões de pessoas usarem o lenacapavir por ano, o custo de produção poderia chegar aos US$ 25 por pessoa ao ano.
Os pesquisadores afirmam, contudo, que a produção de versões genéricas depende de uma combinação complexa de fatores técnicos, regulatórios e financeiros. É preciso, por exemplo, que os países estejam autorizados a produzir. A Gilead firmou acordos de licenciamento com seis fabricantes, mas limitados a 120 países de baixa renda e excluindo países de renda média, que concentram a maior parte das novas infecções.
Além disso, os fabricantes precisam dominar a síntese do princípio ativo, cuja fórmula foi publicada pela própria farmacêutica, e atender a rigorosos padrões internacionais de qualidade. A cadeia produtiva exige acesso a matérias-primas específicas, fornecidas principalmente por empresas da Índia e da China, e capacidade para fabricar tanto os comprimidos usados no início do tratamento quanto as soluções injetáveis semestrais, afirma o estudo.
COMO FUNCIONA O LENACAPAVIR
Aprovado em junho pela FDA (agência reguladora dos EUA), o lenacapavir surge como nova opção de PrEP (profilaxia pré-exposição) contra o HIV, com 99,9% de eficácia na prevenção da infecção, de acordo com dois estudos clínicos de fase 3 também publicados na revista The Lancet. É um medicamento injetável que requer apenas duas doses por ano.
O remédio é administrado por via subcutânea ou intramuscular e se acumula no tecido, sendo liberado lentamente ao longo de meses. No Brasil, a PrEP disponível atualmente é apenas oral, com comprimidos diários distribuídos gratuitamente pelo SUS.
A medicação representa um avanço significativo, por ser o primeiro da nova classe de antirretrovirais chamada inibidores de capsídeo, que atuam bloqueando a cápsula do vírus e impedindo sua multiplicação. "É uma inovação tanto em segurança quanto em eficácia", disse à Folha o infectologista Paulo Abrão, professor da Unifesp e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, em março, quando analisou os dados da Gilead publicados na Lancet.
O estudo que mostrou as diferenças no custo também aponta que o lenacapavir seria mais fácil de seguir do que os tratamentos orais, que exigem uso diário e estão sujeitos a esquecimentos.
Há também benefícios ambientais. Enquanto a PrEP oral exige 365 toneladas de insumos por ano para atender 2 milhões de pessoas, o lenacapavir precisaria de apenas 4 toneladas do princípio ativo e 8 toneladas de excipientes, segundo os autores do estudo. Isso significaria menos embalagens, menos transporte e menor emissão de carbono.
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