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quinta-feira, 21 de agosto de 2025

CFM defende exame obrigatório para exercício da medicina

Um projeto de lei para criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina está em tramitação no Senado desde 2024

© Pixabay

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O CFM (Conselho Federal de Medicina) apoia a criação de um exame obrigatório, nos moldes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), para o exercício da profissão de médico no Brasil.

Segundo a entidade, a medida é uma resposta necessária ao "crescimento descontrolado" do número de faculdades de medicina nas últimas décadas, "sem a infraestrutura necessária para formação adequada".

Um projeto de lei para criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina está em tramitação no Senado desde 2024. Ele é de autoria do senador Marcos Pontes (PL-SP). Nesta quarta-feira (20), a Comissão de Assuntos Sociais da Casa aprovou a realização de uma audiência pública para discutir a pauta.

"A medicina não comporta improvisos. Assim como ocorre em outras áreas de alta responsabilidade social, como a advocacia, o exame de proficiência é instrumento indispensável para preservar a qualidade da assistência médica e resguardar a segurança da população", diz o presidente do CFM, José Hiran Gallo.

A prova de qualificação verificaria individualmente se cada médico recém-formado possui as competências mínimas necessárias para atuar e, assim, receber o registro profissional de cada CRM (Conselho Regional de Medicina).

O Brasil saltou de cerca de 100 cursos de medicina no início do século para mais de 400 atualmente. "Muitas escolas foram instaladas sem a mínima infraestrutura adequada, sequer com hospitais capazes de receber estudantes em regime de internato", segundo Alcindo Cerci, coordenador da comissão de ensino médico do CFM.

"O resultado é uma massa de jovens profissionais inseguros, pressionados a atuar em condições precárias e sem a devida formação prática. A formação médica no Brasil não é um tema que se resolve com slogans ou promessas de mercado. Trata-se de um compromisso social que envolve diretamente a segurança da população", diz ele.

Um dos problemas identificados pelo conselho é o descompasso entre o número de formandos e as vagas disponíveis para residência médica. "Anualmente, milhares de novos médicos concluem a graduação, recebem seus registros, começam a atuar nos sistemas de saúde e não tem acesso à especialização, fundamental para o exercício seguro da profissão", afirma Antonio Henriques, conselheiro federal suplente.

Essa situação, afirma ele, força médicos recém-formados a atuar em áreas para as quais não possuem preparação adequada, comprometendo não apenas sua segurança profissional, mas principalmente a qualidade do atendimento oferecido aos pacientes.

Para o CFM, o Exame Nacional de Proficiência em Medicina representaria uma barreira de proteção essencial para a sociedade. "Ao lado de instituições sérias, proliferam cursos cuja finalidade central parece ser mais o retorno financeiro do que a entrega de bons médicos à sociedade", comenta Alcindo Cerci.

Países como Estados Unidos, Canadá e diversos da Europa já adotam exames nacionais como requisito para o exercício da medicina.

MEC VAI AVALIAR CURSOS

O MEC (Ministério da Educação) anunciou na última terça-feira (19) que vai aplicar penalidades, como a suspensão da entrada de novos estudantes, a cursos de graduação de medicina mal avaliados no Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica).

Criado em abril pelo governo federal, a prova será obrigatória já neste ano para o estudante que estiver concluindo o curso de medicina. Ela será aplicada em 19 de outubro.

O exame pretende avaliar a qualidade do ensino dos cursos de medicina do país e também ajudar na seleção de alunos para residências. Além disso, o Enamed será aplicado a partir de 2026 aos alunos do quarto ano. O resultado valerá 20% da nota do Enare (Exame Nacional de Residência).

O ministro Camilo Santana disse que as universidades que registrarem conceito 1 ou 2 no exame, em uma escala até 5, vão passar por uma "supervisão estratégica" a partir de 2026.

O governo afirma que irá impedir a ampliação das vagas, suspender novos contratos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) e suspender a participação no Prouni (Programa Universidade para Todos). O curso com conceito 2 terá redução de vagas para ingresso, enquanto aquele que apresentar conceito 1 não poderá receber novos estudantes, ainda segundo o MEC.

VIA… NOTÍCIAS AO MINUTO  

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