Um levantamento da plataforma Planeje Bem, especializada em planejamento sucessório, mostra que, nos seis primeiros meses de 2025, herdeiros deixaram de recuperar, em média, até R$ 50 mil em valores deixados por parentes.
| Joédson Alves/Agência Brasil |
Um levantamento da plataforma Planeje Bem, especializada em planejamento sucessório, mostra que, nos seis primeiros meses de 2025, herdeiros deixaram de recuperar, em média, até R$ 50 mil em valores deixados por parentes. O estudo, feito com mais de cem atendimentos, apontou que cerca de 70% dos casos envolvem homens — em geral filhos, netos ou sobrinhos que não participavam da rotina financeira do falecido.
No momento da perda, a prioridade costuma ser o funeral. Depois, muitos voltam à rotina e não vão atrás dos direitos — afirma Carolina Aparicio, diretora executiva da Planeje Bem.
A falta de informação e a desorganização de documentos dificultam o processo. Contratos, apólices e comprovantes são essenciais para acessar previdência privada, seguro de vida empresarial, saldo do FGTS e cotas do PIS/Pasep. Para evitar a perda, a advogada Laura Brito, especialista em Direito de Família e Sucessões, recomenda que os documentos fiquem organizados em uma pasta única, junto de certidões, declaração de Imposto de Renda, contratos e informações sobre investimentos e contas bancárias.
A advogada Maria Pia Bastos-Tigre, de 46 anos, passou por essa experiência em 2019, quando o avô faleceu. Só depois descobriu que ele tinha seguro de vida, conta bancária e ações — nenhum desses bens constava na declaração de IR.
Tivemos que revirar papéis e acessar diferentes instituições para encontrar cada valor — lembra.
Após a experiência, Maria mudou a abordagem com a própria família e passou a conversar mais sobre planejamento sucessório.
Laura Brito reforça que evitar o assunto por medo ou superstição é prejudicial:
É um ato de cuidado com quem fica. Além dos documentos, é importante registrar onde estão aplicados os recursos.
Herança digital
Além de bens físicos, heranças podem incluir milhas, arquivos em nuvem, redes sociais, senhas e criptoativos — a chamada herança digital. O Projeto de Lei 4/2025, em tramitação no Senado, pretende atualizar o Código Civil para definir o que pode ser acessado e por quem. Especialistas alertam que, mesmo com testamento, termos de uso de plataformas podem impedir o acesso.
— Há questões patrimoniais e de privacidade — explica Laura.
Onde buscar valores esquecidos
RHs e sindicatos: podem informar sobre seguros e benefícios trabalhistas.
Contas bancárias: o site do Banco Central (valoresareceber.bcb.gov.br) indica saldos esquecidos.
Seguros de vida: consulta disponível no site da CNseg, com certidão de óbito.
Pensão: solicitação no site ou app Meu INSS, com documentos de vínculo e óbito.
DPVAT: para acidentes até 31/12/2023, pedidos devem ser feitos à Caixa Econômica Federal.
Cartões: muitos incluem seguros e auxílio-funeral; consulte o banco.
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