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sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Rússia anuncia exercícios da Marinha junto de China e Irã em meio à crise na Ucrânia

Moscou planeja ainda fazer manobras navais com o Irã e a China, dois dos maiores adversários dos EUA hoje. A previsão é a de que os exercícios comecem na sexta (21) e durem três dias pelo Oceano Índico

© Mikhail Svetlov/Getty Images

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Rússia anunciou nesta quinta-feira (20) que realizará exercícios com sua Marinha em janeiro e fevereiro nos oceanos Atlântico, Ártico e Pacífico, além do mar Mediterrâneo, em meio ao aumento das tensões com países do Ocidente e o temor de uma invasão da Ucrânia.

De acordo com o governo russo, a operação contará com mais de 140 navios de guerra e de apoio e 60 aviões. Ao todo, 10 mil militares farão parte das ações. Os exercícios ocorrerão em "águas e mares adjacentes ao território russo" e em "zonas de importância operacional nos oceanos do mundo".

Moscou planeja ainda fazer manobras navais com o Irã e a China, dois dos maiores adversários dos EUA hoje. A previsão é a de que os exercícios comecem na sexta (21) e durem três dias pelo Oceano Índico.

"Melhorar a capacidade de combate e a prontidão, fortalecer os laços militares entre a Marinha iraniana e a China e a Rússia, garantir a segurança comum e combater o terrorismo marítimo estão entre os principais objetivos desses exercícios", disse o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, em visita a Moscou.

A crise com a Ucrânia começou após a Rússia enviar 100 mil soldados para a fronteira com o país, no que países ocidentais enxergam como uma ameaça de invasão que pode se concretizar nas próximas semanas. Moscou nega a intenção de invadir o vizinho, mas tem usado a situação para tentar impedir o avanço da Otan, a aliança militar de países ocidentais, travando a adesão da Ucrânia ao grupo.

Em meio ao impasse, a Rússia tem expandido operações militares na região e começou, nesta semana, a enviar soldados para a Belarus, para exercícios nas fronteiras com a Ucrânia e países da União Europeia.

Nesta quinta, os EUA anunciaram a imposição de sanções a quatro autoridades e ex-autoridades da Ucrânia, acusadas de participarem de campanhas de desinformação da Rússia para desestabilizar o país.

Entre os alvos estão dois membros do Parlamento ucraniano, Taras Kozak e Oleh Voloshin, além de Volodimir Oliinyi e Vladimir Sivkovich, ex-autoridades do país, informou em um comunicado o Departamento do Tesouro dos EUA. Segundo o governo americano, eles agem sob comando da agência de inteligência russa FSB e fizeram parte de uma campanha para desestabilizar países soberanos.

Kozak controlaria canais de notícias e teria apoiado planos para difamar membros do círculo íntimo do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, além de acusá-lo falsamente de má gestão. Já Oliinyi, que fugiu da Ucrânia para a Rússia, teria trabalhado com a FSB para coletar dados sobre a infraestrutura do país.

Sivkovich, ex-funcionário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, por sua vez, de acordo com o governo Biden, tentou construir apoio para que a Ucrânia cedesse oficialmente a Crimeia à Rússia.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que está na Europa, alertou que os serviços de inteligência russos têm recrutado autoridades ucranianas para acessar informações confidenciais antes de uma possível invasão. As declarações ocorrem após uma gafe do presidente Joe Biden, para quem os países ocidentais estavam divididos sobre como reagir a uma "pequena incursão" da Rússia à Ucrânia.

A jornalistas, em entrevista para marcar o aniversário de um ano de seu mandato, o democrata afirmou que, "se for uma pequena incursão, acabaremos tendo que brigar sobre o que fazer ou o que não fazer". Depois, completou que uma eventual invasão de fato "seria um desastre para a Rússia".

A declaração pegou mal e, logo após o término da coletiva, a Casa Branca correu para dizer que o presidente não toleraria nenhuma incursão, por menor que fosse. "Se qualquer força militar russa atravessar a fronteira ucraniana, será uma nova invasão, e ela será recebida com uma resposta rápida, severa e unida dos EUA e dos nossos aliados", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki.

Zelenski, presidente da Ucrânia, reagiu. "Queremos lembrar às grandes potências que não há pequenas incursões e nações menores. Assim como não há poucas mortes e pouca dor pela perda de entes queridos", escreveu ele em inglês e ucraniano. "Digo isso como o presidente de uma grande potência."

Ministros de Reino Unido, França e Alemanha, que se reuniram com Blinken em Berlim nesta quinta, também se esforçaram para demonstrar, por meio de declarações públicas, união em defesa da Ucrânia. Boris Johnson, que luta para se segurar no cargo de primeiro-ministro do Reino Unido após uma série de crises internas, afirmou que, "se a Rússia fizer qualquer tipo de incursão na Ucrânia, em qualquer escala, será um desastre, não apenas para a Ucrânia como também para a Rússia".

Sobrou até para o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, esclarecer que a fala de Biden "não é, de forma nenhuma", luz verde para uma incursão russa. Autoridades, no entanto, expressaram em conversas reservadas frustração com os comentários do americano, descritos como "um presente para Putin".

O discurso de união apresentado pelas potências ocidentais, porém, já começa a dar sinais de ruptura. O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu, em discurso ao Parlamento Europeu nesta quinta, que o bloco "conduza seu próprio diálogo" com a Rússia e não fique a reboque de EUA e da aliança militar.

A ideia, segundo ele, é agir "como europeus trabalhando com outros europeus e com a Otan, e então propor negociar com a Rússia". Disse Macron: "Será bom se a Europa e os EUA coordenarem a conversa, mas é necessário que a Europa conduza seu próprio diálogo".​

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