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domingo, 26 de junho de 2022

Barroso diz que Brasil tem déficit de civilidade após ser interrompido em palestra em Oxford

Barroso foi interpelado por uma mulher que estava na plateia e reagiu quando ele disse que precisou impedir "o abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual", prática chamada por ele de "o caminho da fraude".

© Getty


CRISTINA CAMARGO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso foi interrompido e chamado de mentiroso durante palestra, neste sábado (25), no Brazil Forum UK, em Oxford, na Inglaterra. Ele reagiu afirmando que um dos problemas do Brasil é "um déficit imenso de civilidade".

"É um dos problemas que enfrentamos no país, um déficit imenso de civilidade", disse. "É preciso trabalhar com a verdade".

Barroso foi interpelado por uma mulher que estava na plateia e reagiu quando ele disse que precisou impedir "o abominável retrocesso que seria a volta ao voto impresso com contagem pública manual", prática chamada por ele de "o caminho da fraude".

"Isso é mentira. Ninguém falou em contagem manual", disse a mulher.
Barroso sugeriu que ela entrasse na internet para verificar a defesa do voto impresso e manual, pauta utilizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para mobilizar sua base com discursos de tom golpista.
A mulher insistiu em dizer que a fala do ministro era mentirosa e ganhou o apoio de ao menos uma pessoa que também estava na plateia do evento.

"O pensamento conservador, que é legítimo, foi capturado pela grosseria", afirmou Barroso.
Para o ministro, é preciso ser capaz de discutir de forma educada, com respeito e consideração. "Viramos um país de ofensas", disse, citando comentário de outra mulher no Twitter que se apresentou como católica e conservadora e o xingou com um palavrão.

Barroso defendeu "um choque de civilidade" no país e disse que, como juiz, ouve todo mundo, mas que é preciso trabalhar com a verdade e ter respeito.
Durante a palestra, ele afirmou que trabalha com fatos, "coisa que se perdeu um pouco no Brasil". Para ele, a busca da verdade não é fácil porque as pessoas escolhem lados e criam narrativas para acomodar suas convicções.

Também em tom crítico, o ministro falou sobre a atualidade brasileira citando a perda da soberania na Amazônia para o crime organizado e citou o desmonte de órgãos públicos como a Funai (Fundação Nacional do Índio).

Barroso ainda defendeu uma discussão sobre a atual política de combate às drogas, que, segundo ele, não funciona e, ao encarcerar jovens, entrega-os para organizações criminosas.
O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, estava na plateia da palestra de Barroso e foi cumprimentado pelo ministro, que citou Sobral, no Ceará, como exemplo de cidade que investiu com sucesso na educação básica, defendida pelo ministro como fundamental para o crescimento do país.

Realizado neste sábado e domingo (26) na Universidade de Oxford, o Brazil Forum UK debate questões do país em um ciclo de palestras organizado por estudantes brasileiros.

Entre os convidados deste ano estão o ex-governador João Doria (PSDB) e a diretora da Anistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, que falou antes de Barroso e afirmou que pelo menos 120 mil mortes poderiam ter sido evitadas na pandemia caso o governo Bolsonaro tivesse adotado medidas recomendadas por especialistas em saúde.

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