Eles eram acusados de torturar quatro homens e uma mulher, com choque elétrico, pisoteamento e pauladas
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De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), na noite de 11 de fevereiro de 2008, 12 policiais das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam) invadiram uma borracharia à procura de um traficante conhecido como "Pica-pau" e flagraram um grupo consumindo crack. Os PMs não encontraram o suposto traficante e, em seguida, passaram a torturar as cinco pessoas que estavam no local: Érica Beatriz Pereira da Silva, Deusimar Alves Monteiro, Almiro Martins Miranda, um homem identificado como "Júnior Bodinho" e Célio Roberto Ferreira de Souza.
Souza não suportou ao espancamento e morreu. Na época, ele tinha 26 anos. O corpo do jovem nunca foi encontrado.
Além dos 12 envolvidos diretamente na tortura, segundo o MPF, também foram denunciados outros cinco que faziam cobertura da ação criminosa. Todos eles passaram a ser alvo da federalização admitida, pelo STJ, em dezembro de 2014, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar a inércia do Poder Judiciário, Ministério Público e Estado de Goiás na apuração dos crimes.
Em janeiro deste ano, o juiz já havia determinado o afastamento dos policiais das ruas e permitido que eles exercessem apenas funções administrativas. Na ocasião, o magistrado considerou que havia indícios suficientes para aceitar a denúncia contra todos os policiais, mas, durante a instrução processual, o juiz entendeu que não existiam elementos suficientes para a condenação.
Os advogados Tadeu Bastos e Rodrigo Lustosa, representantes dos policiais, afirmaram que as testemunhas entraram em contradição, "desmentindo as primeiras versões apresentadas por elas e que haviam justificado o afastamento". Segundo eles, a mãe de uma das vítimas contou, em juízo, que Souza foi à casa dela depois da abordagem policial e chamou o filho dela para sair, o que, para a defesa, mostra que o "jovem não sumiu após a abordagem dos PMs".
A mãe de Souza, a dona de casa Maria Aparecida Ferreira de Souza, de 59, disse que não vai parar de cobrar por Justiça. "Nem sei o que fazer agora. Como podem decidir isso? A minha força vem de Deus. Eu não vou parar jamais, porque o filho é meu", afirmou ela, logo após ser informada do teor da decisão. Com informações do Estadão Conteúdo.
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