googlefc.controlledMessagingFunction

Publicidade

CLIMA

Mais previsões: Lisboa tempo por hora

quarta-feira, 9 de junho de 2021

Exército impõe sigilo de até 100 anos a processo que absolveu Pazuello

O Exército alegou 'informação pessoal'

© Getty Images


RASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O Exército decidiu impor um sigilo de até cem anos ao processo disciplinar que resultou na absolvição do general da ativa Eduardo Pazuello. A manifestação da Força a favor de deixar o procedimento em segredo por até um século foi feita na segunda-feira (7).

O ex-ministro da Saúde participou de um ato político no último dia 23: ele subiu a um palanque onde estava Jair Bolsonaro e fez um discurso exaltando o presidente, após um passeio de moto com apoiadores no Rio de Janeiro.

Pazuello conseguiu se livrar de qualquer punição, apesar das evidências de transgressão disciplinar.

A vedação de participação em atos políticos, existente para militares da ativa, está prevista no regulamento disciplinar do Exército, vigente por decreto desde 2002, e no Estatuto dos Militares, uma lei em vigor desde 1980.

A decisão de não punir Pazuello foi do comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Ele cedeu à pressão de Bolsonaro, que agiu para que o aliado não fosse punido.

A costura da absolvição passou pelo gabinete do ministro da Defesa, general Walter Braga Netto. Depois do episódio, Pazuello ganhou um cargo no Palácio do Planalto.

Ele é desde o dia 1º secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos, vinculada à Presidência da República. O general da ativa despacha no Planalto.

Por meio da Lei de Acesso à Informação, pedidos foram direcionados ao comando do Exército para que fosse dada transparência tanto à defesa por escrito de Pazuello quanto a andamentos do processo disciplinar instaurado pelo comandante da Força.

Um dos pedidos foi formulado pelo jornal O Globo, que divulgou a informação nesta terça-feira.

O Exército decidiu negar o fornecimento dos documentos. "A documentação solicitada é de acesso restrito aos agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que ela se referir", afirmou.

A Força, então, argumentou que o caso se enquadra no trecho da Lei de Acesso à Informação que trata de informações pessoais, mesmo tendo se tratado de um evento político público, com farta divulgação nas redes sociais do presidente da República.

O trecho mencionado é o que fala de respeito à intimidade e à vida privada de pessoas envolvidas. Assim, "informações pessoais" terão acesso restrito, "independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que elas se referirem".

O inciso seguinte da lei afirma que a divulgação poderá ser autorizada, ou terceiros podem ter acesso, caso exista previsão legal ou consentimento expresso da pessoa envolvida -no caso, o general Pazuello. O inciso, porém, não foi mencionado na negativa do Exército.

Ainda cabe recurso em relação à decisão que impôs o sigilo de até cem anos. O recurso, com base nos instrumentos da Lei de Acesso à Informação, deve ser direcionado à chefia do Estado-Maior do Exército.

Todo o processo envolvendo o general da ativa foi conduzido no mais absoluto sigilo pela Força. Não houve divulgação de nota com posicionamento da Força, como chegou a ser dito a integrantes da cúpula militar que ocorreria.

O pedido de explicações, a explicação de Pazuello e o processamento da decisão foram conduzidos em segredo. A decisão do comandante por não punir foi comunicada em uma nota discreta, sem alarde, publicada sem destaque no feriado de Corpus Christi (3) no site do Exército.

VIA...NOTÍCIAS AO MINUTO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários são pessoais, é não representam a opinião deste blog.

Muito obrigado, Infonavweb!

Topo