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domingo, 6 de novembro de 2016

Possível eleição de Trump põe medo em negociadores do clima

Candidato tem deixado claro em sua campanha que não pretende diminuir a dependência econômica do país em relação aos combustíveis fósseis

© Getty Images
Começa nesta segunda (7), em Marrakech, no Marrocos, a primeira Conferência da ONU sobre Clima (COP-22), a ser realizada logo após o Acordo de Paris, celebrado em 2015, mas que que entrou em vigor nesta sexta (4). Como se não bastasse o desafio de anfitriar a "COP da ação", que busca implementar na prática o acordo climático, a presidência marroquina também terá que administrar o impacto das eleições nos Estados Unidos.

No próximo dia 8, a decisão sobre o próximo presidente americano também deve contar ao mundo se o segundo maior emissor de carbono mundial ­logo atrás da China­ manterá ou não seus compromissos com a redução de emissões de carbono, responsáveis pelo aquecimento global.
Negacionista do clima, Donald Trump representa o grupo mais conservador dentro do Partido Republicano e tem deixado claro em sua campanha que não pretende diminuir a dependência econômica do país em relação aos combustíveis fósseis.
Outra promessa é ainda que, se eleito, ele cancelaria a assinatura americana no Acordo do Clima. Essa, no entanto, não poderia ser cumprida durante o primeiro mandato, já que as regras do Acordo do Clima preveem um processo de pelo menos quatro anos para a saída de um país que já tenha ratificado o documento no Congresso - como é o caso dos Estados Unidos, Brasil e outros 92 países até agora. A participação mínima no Acordo é de três anos após a ratificação e mais um ano após a comunicação do cancelamento. A promessa de Trump ficaria para um segundo período no poder. Mas é a chance de um primeiro mandato que assusta os negociadores do clima.
Um estudo de cenário conduzido por acadêmicos e ambientalistas nos Estados Unidos e obtido com exclusividade pela reportagem mostra "alta preocupação internacional", caso Trump vença as eleições, quanto aos seus efeitos nos Estados Unidos e seus sinais diplomáticos para a discussão internacional do clima. "Trump eleito aprofundaria um pessimismo global, que já vem sendo alimentado por um contexto de um golpe falho na Turquia, com Reino Unido saindo da União Europeia, a escalada da crise de refugiados, terrorismo e violência extrema", afirma o relatório.
Depois de ter ajudado o Acordo de Paris a prosperar quando anunciou suas metas voluntárias junto aos chineses em 2015, os Estados Unidos enviariam uma mensagem inversa com a eleição de Trump: o risco é que a possibilidade de desengajamento americano rebaixe a disposição de todos os outros países a trabalharem por metas ambiciosas para o clima.
Especialista na negociação climática das COPs, a americana Liz Gallagher recomenda 'atenção minuciosa' aos reflexos da eleição americana na escolha das ferramentas que vão tirar o Acordo de Paris do papel. Ela também alerta que a eleição de Trump "exigirá mais esforços dos outros signatários para manter o acordo de pé".
Entretanto, a eleição de Trump ainda é pouco provável e, caso não vença, todo o pessimismo que sua campanha joga sobre a negociação climática deve se voltar contra ele mesmo: as previsões para esse cenário é de que a rejeição ao Partido Republicano e aos negacionistas do clima devem aumentar em Estados que já sentem os impactos dos eventos climáticos, como Flórida, Colorado, Arizona e Virginia. E até Estados conservadores, como a Carolina do Norte, têm seus republicanos abraçando as energias limpas ­e diminuindo o número de adeptos ao discurso que nega a mudança do clima.
A previsão desse cenário conclui que, se Trump perder, os republicanos precisarão se refundar, em uma completa revisão da sua proposta política. Sob essa hipótese, diplomatas e cientistas esperam comemorar uma vitória definitiva sobre quem joga contra as políticas do clima. Com informações da Folhapress.

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