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terça-feira, 30 de novembro de 2021

Eleições em Honduras têm esquerda na liderança em pleito marcado por crises

Líder da oposição hondurenha, ela é esposa do ex-presidente Manuel Zelaya (2006-2009), deposto por um golpe de Estado

© Getty

GUARULHOS, SP (FOLHAPRESS) - As principais eleições presidenciais da história recente de Honduras podem ter a primeira mulher como vencedora. Xiomara Castro de Zelaya (Libertad y Refundación), 62, de esquerda, soma 53,6% dos votos, com cerca de 51,1% da votação deste domingo (28) apurada. Líder da oposição hondurenha, ela é esposa do ex-presidente Manuel Zelaya (2006-2009), deposto por um golpe de Estado.

O governista Nasry Asfura está em segundo lugar na disputa, com 33,87% dos votos, e o empresário Yani Rosenthal vem em terceiro, com pouco mais de 9%. Como não há segundo turno no país centro-americano, aquele que conseguir a maioria dos votos no final da apuração comandará Honduras até janeiro de 2026.

Ao longo do horário de votação, jornalistas independentes compartilharam nas redes sociais relatos de confusão nos centros de eleição e forte policiamento nas ruas, o que aumentou o temor de que repressão semelhante à adotada pelo Estado em 2017 se repetisse. Naquele ano, 23 hondurenhos morreram em meio a protestos contra a eleição do atual presidente, Juan Orlando Hernández, de direita.

Ainda que apenas metade dos votos tenha sido apurada, a principal candidata já reivindicou vitória e promoveu eventos com os apoiadores na capital Tegucigalpa. Xiomara realizou um discuso no domingo à noite em que afirmou ter ganhado e prometeu promover um governo de reconciliação. "Estendo a mão a meus opositores porque não tenho inimigos, vou convocar o diálogo com todos os setores de Honduras."

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, aliado de Xiomara e Manuel Zelaya, fez coro às palavras de vitória. O venezuelano felicitou a candidata em uma rede social e disse que, após 12 anos de golpe de Estado, "o povo retomou o caminho da esperança dando uma histórica vitória à presidente eleita, Xiomara".

O presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Kelvin Aguirre, criticou a postura e disse que nenhum candidato pode ser declarar vencedor "até que a última ata seja processada". Segundo o órgão, o pleito contou com a participação de 68% dos mais de 5,1 milhões habilitados para votar -o país tem pouco mais de 9 milhões de habitantes.

Até o momento, o CNE não divulgou resultados preliminares da eleição de 128 deputados para o Congresso -se o Partido Nacional, governista, mantiver o controle do Legislativo, Xiomara teria dificuldade para assegurar a governabilidade. Também foram escolhidos 298 prefeitos.

Além de enfrentar problemas domésticos como denúncias recorrentes de corrupção nos postos de poder e a presença do narcotráfico, o próximo presidente de Honduras terá a missão de lidar com a pobreza crônica -pesquisas sugerem que mais de 50% da população hondurenha vive abaixo da linha da pobreza.

Pesa também a responsabilidade de fomentar oportunidades em território nacional, em especial para a população mais jovem, que tem emigrado em massa. A taxa de desemprego subiu mais de 5 pontos percentuais em 2020, chegando a 10,9%, em grande parte devido à pandemia do coronavírus que matou 10,4 mil pessoas no país.

Durante o discurso de domingo, Xiomara voltou a afirmar que tem o compromisso de "garantir aos jovens que aqui em sua terra natal eles encontrarão o que precisam para gerar oportunidades e bem-estar para sua família". Um dos principais destinos da migração partindo de Honduras que, ao lado da Guatemala e de El Salvador compõe o chamado Triângulo do Norte, são os Estados Unidos.

Hondurenhos estão atrás apenas dos mexicanos como principal nacionalidade que tenta entrar de maneira ilegal na fronteira sul americana. Pelo menos 309 mil deles foram detidos por agentes na fronteira dos EUA com o México durante o ano fiscal de 2021, quando 1,7 milhão foram detidos na região, número recorde.

Por essa razão, a governabilidade que o futuro presidente de Honduras conseguirá assegurar também tem sido ponto de preocupação de Washington. Um alto funcionário do Departamento de Estado americano disse a repórteres, na última semana, que o resultado do pleito "é um momento importante não apenas para os hondurenhos, mas também para a América Central e todo o hemisfério", segundo relatos do jornal The Washington Post.

Xiomara também consolidou seu favoritismo na reta final da campanha com uma agenda que inclui a legalização do aborto em casos de estupro -hoje o procedimento é proibido no país em quaisquer casos- e do casamento homossexual.

O eleito para comandar Honduras também terá de lidar com as altas cifras de assassinatos de ativistas ambientais no país que, historicamente, lidera o ranking per capita mundial de líderes sociais assassinatos. O nome mais conhecido é o de Berta Cáceres, vencedora do Prêmio Ambiental Goldma morta em 2016 em meio a uma disputa com uma hidrelétrica. Em 2020, 17 ativistas foram assassinados no país, de acordo com monitoramento da ONG Global Witness.

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