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sexta-feira, 29 de julho de 2022

Líder de Bolsonaro pediu dinheiro a empresário e ofereceu ajuda em órgão, indicam mensagens

Segundo relatório da Superintendência Regional da PF do Tocantins, "chamou atenção" o teor dos diálogos entre Gomes e um empresário do ramo da construção, Jorge Rodrigues Alves.

© Reprodução / Agência Senado


(FOLHAPRESS) - A Polícia Federal interceptou mensagens em que o senador licenciado Eduardo Gomes (PL-TO), líder do governo de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso, pede quantias a um empresário e este solicita ajuda em demandas junto a órgãos públicos.

As conversas foram obtidas pela PF durante a Operação Lavanderia, que tem como objetivo apurar possíveis crimes de lavagem de dinheiro praticados por empresários do Tocantins. O conteúdo foi revelado pelo jornal O Globo nesta quinta-feira (28) e confirmado pela Folha de S.Paulo.

Segundo relatório da Superintendência Regional da PF do Tocantins, "chamou atenção" o teor dos diálogos entre Gomes e um empresário do ramo da construção, Jorge Rodrigues Alves.

Alves é apontado pela polícia como membro de um grupo organizado com objetivo de conseguir contratos com o poder público em municípios do Tocantins. Ele teve um mandado de busca e apreensão cumprido pela polícia em março deste ano em sua casa.

As primeiras conversas recolhidas em seu celular com o senador datam de abril de 2014 e vão até 2021. Segundo a PF, os diálogos indicam que Gomes "fez gestão em diversas prefeituras" para beneficiar Alves.

O senador, em seguida, pediu-lhe dinheiro para doação ao comitê do prefeito de Taguatinga (TO).

Ele também solicitou, por diversas vezes, doações para sua própria campanha. Além de depósitos de R$ 50 mil para uma clínica, R$ 10 mil na conta de sua filha, R$ 70 mil para uma locadora de veículos, R$ 20 mil para um assessor e dinheiro para custear o bufê de uma festa.

"Tenho que passar R$ 70 mil para uma locadora que pode dar nota que cuida de todos os veículos que estão na campanha", diz o senador, ao que o empresário pergunta: "Tem q ser hje ou eles emitem a NF hoje e dão uns dias para o pgto?".

O senador responde "Emite e eu preciso de 30 pra comer até domingo". Alves, então, comenta: "Ui, tá comendo muiiiito amigo".

Já Alves pede que o senador intervenha para mudar uma portaria do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) que alteraria alguns tópicos da iluminação pública, que precisava ser suspensa ou adiada.

O senador respondeu que iria ajudar, e a medida acabou sendo postergada. Em seguida, o parlamentar encaminhou ao empresário um email da presidência do órgão recebido por ele anunciando a prorrogação da portaria.

O empresário também solicita que o senador faça "gestão" em outra portaria da CEB (Companhia Energética de Brasília). Gomes também lhe comunica que conseguiu agendar uma reunião de Alves no BRB (Banco de Brasília).

"Na conversa que segue, Eduardo Gomes diz que vai fazer gestão junto ao governador de Brasília para possivelmente agilizar o empréstimo a pedido de Jorge [Alves]", afirma a PF.
Em outro diálogo, segundo a polícia, o empresário solicitou ao senador que intercedesse junto à prefeitura de Palmas para beneficiar duas construtoras.

Em nota, a assessoria do parlamentar disse que "jamais houve qualquer pagamento ou repasse ao senador Eduardo Gomes nos casos questionados".

"As mensagens trocadas são auto explicativas: tratam-se de pedidos de empréstimos a um amigo, mas que não se efetivaram. Assim como não houve qualquer intermediação ou negócio irregular. No exercício do mandato, o senador somente dá seguimento a eventuais demandas quando estas são de interesse público, de forma transparente e responsável."

Também em nota, a assessoria do Inmetro respondeu que a publicação da portaria foi motivada por razões técnicas e que a prorrogação foi feita para não prejudicar empresas importadoras e fabricantes de luminárias para iluminação pública viária.

"Essas razões foram identificadas a partir de motivações trazidas ao Inmetro pelo mercado, incluindo fornecedores e organismos de avaliação da conformidade", disse.

O órgão também negou que tenha havido qualquer pressão do senador Eduardo Gomes neste sentido e que as decisões obedeceram ao rito regulatório institucional.

"Além disso, o rito regulatório do Inmetro está alinhado com as práticas adotadas internacionalmente com a preservação da transparência e total garantia de participação dos entes regulados e da sociedade em geral", disse.

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