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sábado, 30 de julho de 2022

Portugal começa a abrir inquéritos sobre casos de abuso sexual na Igreja Católica

Desde janeiro deste ano uma investigação recolheu 352 testemunhos

© Shutterstock

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça portuguesa anunciou nesta quinta-feira (28) a abertura de dez inquéritos sobre casos de suspeita de assédio sexual por parte de membros da Igreja Católica no país. As investigações se basearam em depoimentos de vítimas prestados a uma comissão independente criada justamente para apurar esse tipo de situação.

Desde janeiro o colegiado recolheu 352 testemunhos, segundo o balanço mais recente, do início deste mês. O número, segundo a imprensa portuguesa, representaria só a ponta do iceberg. "Na realidade, o número de vítimas é muito maior", disse o psiquiatra Pedro Stretch, que chefia o grupo, citando que os depoimentos muitas vezes dizem respeito a mais de uma vítima.

Ainda que a maior parte dos casos tenha ocorrido décadas atrás –e portanto já esteja sujeita a regras de prescrição–, 17 relatos foram encaminhados ao Ministério Público e deram origem a dez inquéritos iniciais. Destes, três já foram arquivados, devido à falta de provas ou ao fato de terem sido investigados no passado.
O órgão não deu mais detalhes sobre o andamento das demais apurações nem sobre as datas em que elas começaram.

A comissão independente de Portugal foi formada depois de um processo semelhante na França ter revelado, no ano passado, que cerca de 3.000 membros da Igreja abusaram de mais de 200 mil crianças e jovens ao longo de 70 anos.

Um mês após a conclusão dos trabalhos, bispos reconheceram a responsabilidade institucional e a dimensão sistêmica dos abusos, "implicando um dever de justiça e reparação".

Em Portugal, a comissão montou um site e uma linha telefônica para receber denúncias e relatos, mas também tem acesso a arquivos das dioceses. Até o final deste ano o colegiado deve produzir um relatório de conclusão dos trabalhos, a ser enviado à Conferência Episcopal Portuguesa.

Dom Manuel Clemente, mais alto prelado no país, já declarou que a Igreja Católica está disposta a "reconhecer os erros do passado" e a pedir perdão às vítimas de violência sexual. Ele próprio se viu recentemente envolvido em um episódio, acusado de ter agido para acobertar um padre que teria cometido assédios.

Segundo reportagem do jornal Observador, dom Clemente soube de um caso nos anos 1990, se encontrou com a vítima duas décadas depois e optou por não informar as autoridades. Em comunicado, nesta quarta ele disse que o relato contém uma série de erros e afirmou que o pároco foi expulso da Igreja.

"Lamento todo o sofrimento que essa situação possa ter causado a essa vítima em particular, mas também a todas as outras", destacou, pedindo que ninguém tenha medo de denunciar casos do tipo. Dom Clemente reafirmou ainda sua "total disponibilidade" para cooperar com as autoridades.

Em abril, Pedro Strecht havia dito que as investigações indicavam sinais de envolvimento de autoridades da Igreja, incluindo bispos ainda em atividade, em casos de acobertamento.

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