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quinta-feira, 3 de março de 2022

Brasil ultrapassa 650 mil mortes por Covid

As 50 mil perdas mais recentes ocorreram 145 dias após o país atingir 600 mil mortos –maior intervalo entre marcos na crise sanitária provocada pelo coronavírus

© Getty


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil chegou, nesta quarta-feira de cinzas (2), a 650.052 vidas perdidas para a Covid desde o início da pandemia. As 50 mil perdas mais recentes ocorreram 145 dias após o país atingir 600 mil mortos –maior intervalo entre marcos na crise sanitária provocada pelo coronavírus.

Anteriormente, o maior intervalo de tempo entre as marcas havia sido logo no começo da pandemia, quando, em cem dias, o país saiu da 1ª morte oficial por Covid, em 12 de março de 2020, para 50.058 óbitos, em 20 de junho do mesmo ano.
Nesta quarta, foram registrados 335 mortes por Covid e 29.841 casos da doença. Com isso, o Brasil chegou a um total de 28.839.306 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2.

Os dados do Rio de Janeiro não foram divulgados.

As médias móveis de mortes e casos permanecem em queda (o que, em parte, pode estar associado ao feriado recente). A média de óbitos agora é de 509 por dia, redução de 39% em relação ao dado de duas semanas atrás. A média de infecções é de 50.543 por dia, queda de 57% também em comparação ao número de duas semanas antes.

Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.

A marca exige uma reflexão sobre a sequência de erros graves em políticas de controle da Covid no país, diz Raquel Stucchi, professora da Unicamp e consultora da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia).

Durante os últimos anos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados, em inúmeras ocasiões, minimizaram o potencial letal da Covid e disseminaram informações falsas, inclusive de supostos tratamentos, sobre a doença.

Mais recentemente, o próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, posicionou-se de forma reticente quanto à vacinação infantil, afirmando que somente pais que quisessem vacinariam seus filhos. Tal posicionamento de Queiroga se alinha à postura de Bolsonaro de lançar dúvidas sobre o imunizante infantil, comprovadamente seguro.

"É perceptível que estamos, sem dúvida nenhuma, em um momento melhor do que nós estivemos nesses últimos dois anos", afirma Stucchi. "Nós conhecemos mais a doença, sabemos como enfrentá-la, mas principalmente porque temos vacinas que conseguem diminuir a porcentagem de pessoas com formas graves da Covid."

Segundo a infectologista, é a vacina a responsável por um espaçamento maior no tempo para uma nova marca de 50 mil mortes adicionais.

"Isso nos dá um certo otimismo contido, como ouvi de um colega, para enfrentar os próximos meses e talvez até conviver melhor com a Covid-19", afirma Stucchi, relembrando a necessidade do avanço da vacinação com a dose de reforço.

Neste momento, o país tem somente 30,17% da população com a dose de reforço. A disponibilização da nova dose foi anunciada em meados de novembro. Ela está disponível quatro meses após a aplicação da segunda dose.

Stucchi relembra ainda que, apesar de o país parecer estar em um momento menos grave, em comparação a outros já vividos –já houve médias móveis de mortes acima de 3.000 óbitos diários–, não se pode esquecer que sem uma vacinação ampla e igualitária pelo mundo, com acesso a populações completas de todos os países, novas variantes podem ainda nos surpreender, como fez a ômicron com seu escape vacinal e extraordinária capacidade de transmissão.

E isso traz o ponto de que não é possível baixar a guarda contra a doença. É possível que a vacinação contra a Covid se torne algo regular destinado a alguns grupos, como é feito com a imunização contra a influenza.

Outra proteção que não deve ser baixada é a máscara, que ainda deve continuar como parte do nosso cotidiano em ambientes fechados ou outros locais com alto risco de transmissão, diz Stucchi, mesmo que as regras para uso da proteção facial sejam retiradas por governantes. O cuidado deve redobrado entre as pessoas que têm maior risco para doença grave, mesmo completamente vacinadas, como idosos e imunossuprimidos.

"O grande cuidado que temos que ter é saber que o vírus continua circulando e ele pode ser grave para pessoas que mesmo vacinadas não respondem tão bem às vacinas que temos disponíveis", explica.

Outro desafio que deve se aprofundar nos próximos meses, ela alerta, é lidar com a Covid longa e o impacto dela nos sistemas de saúde.

VACINAÇÃO

Os dados da vacinação contra a Covid-19 ficaram por muito tempo afetados pelo ataque hacker ao sistema do Ministério da Saúde, ocorrido em dezembro. Nesta quarta, as informações foram atualizadas em 22 estados e no Distrito Federal.

O consórcio de veículos de imprensa recentemente atualizou os números de população brasileira usados para calcular o percentual de pessoas vacinadas no país. Agora, os dados usados são a projeção do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para 2022.

Todos os números passaram a ser calculados de acordo com esses valores, inclusive os do ano passado. Por isso, os percentuais de pessoas vacinadas podem apresentar alguma divergência em relação aos números publicados anteriormente.

O Brasil registrou 539.576 doses de vacinas contra Covid-19, nesta quarta. De acordo com dados das secretarias estaduais de Saúde, foram 97.395 primeiras doses e 129.428 segundas doses. Também foram registradas 316.456 doses de reforço.

As doses únicas tiveram números negativos (-3.703), devido aos números registrados no Ceará (-4.744).

Ao todo, 172.732.248 pessoas receberam pelo menos a primeira dose de uma vacina contra a Covid no Brasil –150.622.426 delas já receberam a segunda dose do imunizante. Somadas as doses únicas da vacina da Janssen contra a Covid, já são 155.320.630 pessoas com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen.

Assim, o país já tem 80,40% da população com a 1ª dose e 72,30% dos brasileiros com as duas doses ou com uma dose da vacina da Janssen. Considerando somente a população adulta, os valores são, respectivamente, de 106,77% e 96,01%.

O consórcio começou a fazer também o registro das doses de vacinas aplicadas em crianças. A população de 5 a 11 anos parcialmente imunizada (com somente a primeira dose de vacina recebida) é de 44,26%. Na mesma faixa etárias, 0,71% receberam a segunda dose ou a dose única.

Considerando toda a população acima de 5 anos, 86,30% recebeu uma dose e 77,60% recebeu duas doses ou a vacina de dose única da Janssen.

Mesmo quem recebeu as duas doses ou uma dose da vacina da Janssen deve manter cuidados básicos, como uso de máscara e distanciamento social, afirmam especialistas.

A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Bolsonaro, que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.

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