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terça-feira, 31 de maio de 2022

Média móvel de novas internações por Covid em SP sobe 74% em 3 semanas

Foram comparados os dias 6 e 27 de maio, quando as médias alcançaram 176 e 306, respectivamente.

© Getty Images


PATRÍCIA PASQUINI (FOLHAPRESS) - Dados da plataforma SP Covid-19 Info Tracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia, mostram que a média móvel de novas internações (UTI e enfermaria) aumentou 74% no estado de São Paulo em três semanas. Foram comparados os dias 6 e 27 de maio, quando as médias alcançaram 176 e 306, respectivamente.

O índice é o reflexo do aumento de casos registrados nos últimos dias. Nas semanas anteriores -dias 13 e 20 do mesmo mês-, as médias móveis registradas foram de 191 e 238, respectivamente.

Em relação ao percentual de ocupação de leitos de UTI e enfermaria observado no mesmo período, o incremento também foi de 74%.

No dia 27 de maio, 2.276 pacientes estavam hospitalizados com suspeita ou confirmação de Covid-19 no estado, contra 1.307 no dia 6. Em 20 de maio, as internações somaram 1.713 e, sete dias antes, 1.466.

Segundo Wallace Casaca, coordenador da plataforma, os dados indicam a formação de uma nova onda de Covid, menos letal mas ainda muito agressiva com relação à velocidade dos novos contágios.

"Nas últimas semanas, houve incremento de 74% nas internações por Covid no estado, além da extrapolação do teto da taxa de transmissão no mesmo período, levando a um aumento desenfreado de novos infectados pela doença", afirma.

Ele aponta que a alta está relacionada fatores como "abandono de medidas sanitárias básicas, como uso de máscaras, a perda da imunidade natural e vacinal ao longo dos últimos quatro meses, estagnação da aplicação das doses de reforço e o avanço de novas sublinhagens da ômicron, mais transmissíveis e propensas a escape".

"É necessário redobrar os cuidados, inclusive aqueles que adquiriram a doença no início do ano", orienta.

Na capital paulista, a média móvel de novas internações (considerando UTI e enfermaria) subiu de 72, no dia 6 de maio, para 122 -um salto de 69% em 21 dias. Nas comparações entre 27 de maio com sete e 14 dias anteriores, os aumentos foram da ordem de 37% e 58%, respectivamente.

A alta também se manteve no número de internados. No dia 6 de maio, 610 pacientes ocupavam leitos de UTI ou enfermaria na cidade. Três semanas depois, esse número aumentou 57% -959.

De acordo com o boletim da Secretaria Estadual da Saúde, entre os dias 6 e 27 de maio, o estado registrou 75.412 novos casos de Covid e 853 mortes. Na cidade de São Paulo, foram 27.424 infectados e 189 óbitos.

No dia 27 de maio, a taxa de transmissão (Rt) de Covid-19 no estado de São Paulo estava em 1,33, ou seja, 100 contaminados podiam disseminar a doença para outras novas 133 pessoas saúdáveis, aumentando a cadeia de transmissão de forma progressiva. Na mesma data, a capital paulista estava com Rt (ritmo de contágio) de 1,28.

No início do mês, em 6 de maio, o Rt estava em 0,96 no estado e 0,86 na cidade de São Paulo. Este índice deve permanecer abaixo de 1 para que o número de casos retroceda.

Para Marcia Castro, cientista, professora de demografia da Faculdade de Saúde Pública de Harvard, membro do Observatório Covid-19 BR e colunista do jornal Folha de S.Paulo, é ainda difícil dizer se o aumento indica uma nova onda, mas o cenário demanda atenção.

"Com as temperaturas mais frias, as pessoas passando mais tempo em ambientes fechados, com um sentimento de que a pandemia já passou, sem uma campanha em massa conscientizando a população e com a estagnação da cobertura vacinal, esse aumento preocupa", diz a cientista.
Ela lembra que dados mostram que pessoas que já tiveram Covid-19 podem ser reinfectadas, mesmo que vacinadas.

"Ainda que os sintomas possam ser brandos, há o risco de infectar outras pessoas, e há o risco da Covid longa [permanência de sintomas após a infecção]. Portanto, o cuidado com uso de máscaras de boa qualidade em ambientes fechados deveria ser a norma e não a exceção", afirma.

TEMPORADA

Na avaliação de Julio Croda, infectologista, pesquisador da Fiocruz e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, já é possível avistar o início de uma nova onda não só em São Paulo, mas em todo o país, devido ao aumento substancial de casos nos últimos dias.

"A questão é: qual será a magnitude dessa onda? Se você fizer uma pesquisa ao seu redor, verá que tem pelo menos uma pessoa que positivou Covid ou está com sintomas gripais", afirma.

"Estamos entrando nesse cenário porque é um momento de vírus respiratórios. Não é só coronavírus, mas temos uma distribuição elevada de outros vírus. O sincicial respiratório em crianças abaixo de quatro anos está estourado. Em adultos tem o rinovírus, influenza, o metapneumovírus."

Em relação à hospitalização, ele diz que é preciso observar mais algumas semanas para avaliar o cenário. "Talvez, o impacto dessa onda seja bem menor em termos de hospitalização e óbitos, porque a ômicron já teve uma onda importante e o que está circulando agora é a [subvariante] BA.2", diz Croda, sobre a ocorrência de sintomas mais leves.

De acordo com o especialista, uma alta cobertura vacinal -principalmente a terceira dose até 50 anos, que está baixa- e a aplicação quarta dose aos idosos, que patina, são importantes para garantir um menor impacto em termos de internações e mortes.

O especialista recomenda manter o uso de máscara e distanciamento físico a quem precisar ir a eventos com aglomeração, principalmente pessoas que pertencem a grupos de risco.

"É esperado que cada vez mais a Covid-19 permaneça como doença endêmica, em períodos sazonais, mas com gravidade e letalidade cada vez menor", diz Croda.

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