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sexta-feira, 27 de maio de 2022

Roberto Jefferson usa estrutura do PTB para atacar STF, dizem ex-dirigentes à PF

A defesa de Jefferson -que também é ex-presidente do PTB- nega a acusação.

© Valter Campanato/Agência Brasil

(FOLHAPRESS) - A ex-presidente nacional do PTB Graciela Nienov afirmou à Polícia Federal que integrantes do partido recebem ordens do ex-deputado Roberto Jefferson para promover ataques contra o STF (Supremo Tribunal Federal). Ela disse ainda que foi destituída do comando da legenda por contrariar tais determinações.

Nienov foi ouvida pela PF no dia 18 de abril no âmbito do inquérito que apura a existência de uma suposta milícia digital voltada para atacar as instituições e a democracia.
Jefferson e aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) são alvos da apuração relatada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

A defesa de Jefferson -que também é ex-presidente do PTB- nega a acusação e afirma que Nienov tenta construir uma narrativa para conseguir uma intervenção judicial que abra caminho para o seu retorno ao comando da legenda.

Jefferson considerava Nienov uma pupila, mas desavenças entre os dois ocorreram quando ela assumiu o comando do PTB em novembro do ano passado. Em uma reviravolta no início do ano, ela foi destituída. Nienov segue na legenda e atualmente integra o diretório nacional.

"Pessoas integrantes da executiva do PTB recebem ordens de Roberto Jefferson para promoverem ataques ao STF, por meio das redes sociais", disse Nienov no depoimento à PF.

Ela indicou que entre essas pessoas estariam o advogado do partido Luiz Gustavo Pereira da Cunha e o empresário Otávio Fakhoury, presidente do diretório estadual de São Paulo.

Os investigadores perguntaram se Jefferson utiliza verbas do fundo partidário para fins ilícitos, "como a publicação e disseminação em massa de ataques escancarados e reiterados às instituições democráticas e ao próprio estado democrático de direito".

Ela respondeu que Jefferson "quis utilizar recursos do fundo partidário para patrocinar 'outdoors' com mensagens defendendo sua condição de preso político".

Nienov narrou também à polícia fatos que teriam ocorrido durante a reunião realizada em fevereiro deste ano que a tirou do cargo de presidente do PTB. Ela afirma ter sofrido ameaças de morte.

"[A depoente] reafirma que as ameaças de morte foram proferidas pelo advogado Luiz Gustavo Pereira [da Cunha]; que esclarece que não havia motivo para destituição do cargo de presidente do PTB; que a destituição ocorreu apenas pelo fato de a depoente ter contrariado determinações de Roberto Jefferson no sentido de proferir ataques a instituições", relata Nienov no depoimento.

Ligado a ela, o deputado estadual de Roraima Jeferson Alves esteve na Polícia Federal no dia 28 de abril para ser interrogado e reforçou as acusações de ameaça de morte para que ele e Nienov deixassem o comando do PTB. Afirmou ainda que recebeu de Cunha mensagens via WhatsApp com esse teor. O advogado do partido nega ter proferido as ameaças.

O deputado Alves ocupou o cargo de secretário-geral do partido na gestão de Nienov. Desligou-se do PTB e está atualmente filiado à União Brasil.

Ele disse que Jefferson utiliza pessoas da estrutura partidária "para proferir xingamentos a ministros e realizar manifestações em frente ao Supremo. Uma das pessoas citadas por ele foi o empresário Otávio Fakhoury.

"Roberto Jefferson também utiliza a pessoa de Otávio Fakhoury para disseminar fake news atacando as instituições e ministro do STF", disse Alves.

Em nota, o advogado de Otávio Fakhoury, João Vinícius Manssur, informou que seu cliente já prestou os esclarecimentos necessários perante a autoridade competente e que acusações infundadas serão levadas à Justiça.

O advogado de Jefferson disse à Folha que não teve acesso aos depoimentos prestados por Nienov e Alves à PF, mas rechaçou todas as acusações.

Afirmou que a ex-presidente do PTB busca construir uma narrativa para acirrar a animosidade existente entre seu cliente e o ministro Alexandre de Moraes.

"Isso é narrativa para tentar voltar ao comando do PTB", afirmou Cunha. "Roberto Jefferson jamais pediu a integrantes do partido que usassem recursos públicos para patrocinar ataques ao Supremo."

Cunha disse que Nienov assumiu o comando do partido e depois foi destituída dentro das regras estabelecidas pelo estatuto da legenda. De acordo com ele, quase a totalidade dos integrantes do diretório nacional se autoconvocaram para deliberar sobre o tema.

"Não tem golpe, não tem advogado miliciano, o que existe é estatuto partidário seguido à risca", disse o representante do PTB.

"Nunca pratiquei ato antidemocrático. Sou advogado do PTB há 15 anos. Sou advogado, não sou parte. Fui interrogado pela PF. Respeito profundamente o Supremo, eu respeito o ministro Alexandre de Moraes, mas minhas prerrogativas de advogado não foram respeitadas."

Cunha também rechaçou as acusações de ameaça de morte que são atribuídas a ele e afirmou que um inquérito na Polícia Civil de Brasília irá esclarecer os fatos.

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